Polícia não indicia ninguém por explosão em prédio após vazamento de gás em Porto Alegre; uma pessoa morreu


Caso ocorreu no dia 4 de janeiro. Bombeiros evacuavam condomínio após vazamento de gás quando houve explosão. Polícia concluiu que ninguém teve culpa ou dolo por ocorrência. Explosão atinge condomínio no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre
A Polícia Civil concluiu sem indiciamentos o inquérito sobre a explosão em um prédio, na Zona Norte de Porto Alegre, após um vazamento de gás. A ocorrência, em 4 de janeiro deste ano, deixou uma pessoa morta – Tiago Lemos, de 38 anos, morador do condomínio.
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Segundo o delegado Cleiton de Freitas, não houve culpa, quando não há intenção, nem dolo, quando há intenção de provocar o ocorrido.
“É imperativo considerar que não houve nenhum tipo de dolo por nenhuma das partes envolvidas nesse fenômeno multifatorial. Sequer crime culposo existe nesse caso, nem mesmo a hipótese de eventual crime culposo”, disse, no inquérito.
Os laudos da perícia apontaram que a explosão começou em um fogão cooktop em um dos 440 apartamentos do condomínio. A única vítima, Tiago, vivia nesse apartamento. Ele teve 90% do corpo queimado e morreu de falência múltipla de órgãos quatro dias após o incêndio. O companheiro de Tiago, Rodrigo Rufino, de 43 anos, sobreviveu após ficar com 60% do corpo queimado.
Contudo, de acordo com a polícia, não é possível apontar que algum dos moradores tenha contribuído para o incêndio.
“É impossível determinar individualmente se algum deles colaborou com o elemento ígneo que permitiu a explosão seguida de incêndio”, diz o inquérito.
Registro da explosão que atingiu prédio em Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
A explosão ocorreu quando os bombeiros já estavam no condomínio verificando um vazamento de gás. Para a polícia, “nenhum deles criou ou incrementou um risco proibido relevante para o resultado final. Todos fizeram o que estava ao seu alcance na busca de evitar uma fatalidade”.
O inquérito foi remetido, nesta terça-feira (10), para o Judiciário e para o Ministério Público, que analisam as conclusões da polícia sobre o caso.
A torre onde ocorreu a explosão está sendo reconstruída.
Em nota, a Construtora Tenda afirmou “que não teve qualquer responsabilidade no incidente no condomínio Alto São Francisco, conforme foi comprovado no inquérito final” e que a reconstrução da torre teve “a validação dos moradores, Ministério Público, Defensoria Pública e demais entes envolvidos”.
‘Sessão terror’ e ‘tremeu tudo’: moradores relatam explosão
Menino de 13 anos ajudou socorreu bombeiro
Vítima de explosão, Tiago Lemos, de 38 anos
Arquivo Pessoal
Relembre o caso
O condomínio fica localizado na Rua Inocêncio de Oliveira Alves, próximo à esquina com a Rua João Fázio Amato, no bairro Rubem Berta, na Zona Norte da Capital. Segundo a Defesa Civil, a explosão aconteceu na torre 10. No momento da explosão, o local estava sendo evacuado por conta de um vazamento de gás. O estrondo foi ouvido por outros moradores da região.
Antes, durante e depois: veja como era e como ficou prédio
Veja como ficou por dentro o prédio atingido por explosão em Porto Alegre
A técnica de enfermagem Katiane Matias Ribeiro contou que estava dormindo com os filhos e acordou com o tremor provocado pela explosão. “Tremeu tudo. A gente acordou pensando que era trovão. No que a gente olhou pela janela, tava todo mundo correndo. Todo mundo gritando pra sair. A gente só atinou pegar as crianças e as bolsas delas”, disse Katiane, na época.
A analista de projetos Eduarda Xavier, também moradora do condomínio, definiu o momento como “sessão terror”. “Sessão terror. Era parede no chão, prédio pegando fogo, gente com estilhaço de vidro. Muita gente apavorada, chorando”, relembra.
Explosão em condomínio deixa nove feridos em Porto Alegre
g1
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