Projete o seguinte cenário: todos os dias, meio litro de leite no copo. Agora, imagine que esse hábito simples pode reduzir em quase 1/5 a sua chance de desenvolver câncer colorretal — o temido câncer de intestino. Parece fake news? Não é. É ciência pura, publicada com todas as credenciais na respeitada Nature Communications.
O estudo, que tem causado burburinho na comunidade médica, acompanhou mais de 500 mil mulheres ao longo de 16 anos. Com dados colossais e análises minuciosas, cientistas da Universidade de Oxford chegaram a uma conclusão que promete mexer com o cardápio: o cálcio, abundante no leite, é o principal responsável por esse escudo contra o câncer intestinal.
Muito além do copo
Mas não se trata apenas de beber leite religiosamente. “É a pesquisa mais abrangente já realizada sobre o tema”, garante a pesquisadora Keren Papier, coautora do estudo. A investigação abre portas para novas estratégias alimentares de prevenção, com ênfase no papel fundamental do cálcio — seja ele vindo do leite, do iogurte ou de um prato bem servido de espinafre e couve.
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O mecanismo por trás do efeito é surpreendente: o cálcio age como um “faxineiro” do sistema digestivo. Ele se liga a substâncias potencialmente nocivas — como ácidos biliares e graxos livres — e forma compostos inofensivos, semelhantes a sabões, que o corpo elimina. O resultado? Menos inflamação, menos mutações celulares e, portanto, menos risco de tumor.
Dieta inteligente, prevenção eficiente
Embora o leite ganhe os holofotes neste estudo, especialistas fazem questão de lembrar que ele é apenas uma peça no tabuleiro. A verdadeira proteção vem do conjunto: menos carne vermelha, menos ultraprocessados, menos álcool e muito mais fibras, vegetais e frutas frescas. Em resumo, um estilo de vida equilibrado é o verdadeiro protagonista dessa história.
Ainda assim, o leite entra com uma nova reputação — não mais apenas aliado dos ossos, mas possível defensor do intestino. E numa era em que o câncer colorretal ainda tira milhões de vidas, é reconfortante saber que pequenos gestos diários podem fazer uma grande diferença.
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