De volta à Roma antiga: urina humana vira fertilizante no agro sustentável

No coração de Vermont, nos Estados Unidos, um grupo de agricultores e pesquisadores está revolucionando a agricultura sustentável com uma solução inusitada: a reciclagem de urina humana como fertilizante.

O projeto, liderado pelo Rich Earth Institute, uma organização sem fins lucrativos, busca transformar um resíduo orgânico em um recurso valioso para a produção de alimentos, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos e promovendo práticas agrícolas mais ecológicas.

Mas por que a urina? Bem, isso é fácil de explicar: a urina humana é rica em nutrientes essenciais para o crescimento das plantas, como nitrogênio, fósforo e potássio. Esse conhecimento não é de hoje, já que a urina era usada como fertilizante na Roma antiga e na China.

No entanto, nos dias de hoje, esses nutrientes são desperdiçados, indo parar em sistemas de esgoto e, eventualmente, em corpos d’água, onde podem causar poluição e desequilíbrios ecológicos, como a eutrofização. O Rich Earth Institute viu nesse “desperdício” uma oportunidade para fechar o ciclo de nutrientes de forma sustentável.

Como a urina vira fertilizante?

O processo começa com a coleta da urina, que é feita por meio de banheiros secos ou separadores de urina instalados em residências e espaços públicos.

A urina coletada é então transportada para uma unidade de tratamento, onde passa por um processo de estabilização para eliminar patógenos e reduzir odores. Esse tratamento pode incluir pasteurização ou armazenamento prolongado, que naturalmente reduz a carga bacteriana. Após o tratamento, a urina é aplicada diretamente nos campos agrícolas como um fertilizante líquido.

Estudos conduzidos pelo Rich Earth Institute mostram que a urina reciclada é tão eficaz quanto os fertilizantes sintéticos tradicionais no aumento da produtividade das colheitas.

Agrotóxico comum no Brasil provoca dano celular em organismos bioindicadores

Agrotóxico comum no Brasil provoca dano celular em organismos bioindicadores. Imagem: HIPPOPX/Reprodução

Ao reciclar a urina, o projeto reduz a carga de nutrientes nos sistemas de esgoto, diminuindo a poluição da água e os custos de tratamento. Além disso, a prática contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa associadas à produção de fertilizantes químicos.

Além disso, o uso da urina reduz a necessidade de extração de recursos não renováveis, como o fósforo, cujas reservas globais estão se esgotando.

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