O técnico do Inter, Roger Machado valorizou o empate no clássico Gre-Nal, disputado na Arena do Grêmio, na noite deste sábado (19), e fez uma análise detalhada do desempenho da equipe. Para o treinador, o ponto somado fora de casa, ainda mais em um clássico, tem peso importante — especialmente após a derrota sofrida na rodada anterior, no Beira-Rio, para o Palmeiras.
Foto: Ricardo Duarte/S.C. Internacional
“Foi um jogo de momentos distintos, um tempo para cada um. Em alguns, aceitamos o tipo de jogo que o Grêmio quis propor: disputa física e contra-ataques. Mas quando conseguimos acalmar a bola e impor nossa proposta, conseguimos criar jogadas”, avaliou.
Roger também explicou as mudanças feitas no intervalo e ao longo do segundo tempo, que na sua visão deram ao Inter mais controle da partida. As entradas de Gabriel Carvalho e Tabata foram decisivas para reforçar o meio de campo e dar mais fluidez às jogadas ofensivas. “Não adiantava só orientar, precisei lançar mão das peças. O Tabata e o Gabriel têm mais lucidez no jogo interior. Com eles, conseguimos controlar melhor o meio e avançar com mais qualidade”, disse.
O treinador também explicou a opção por Rogel como titular, ao invés de Victor Gabriel, e ressaltou a dificuldade de manter o elenco inteiro em alto nível físico com uma maratona de jogos a cada três dias. “É impossível cumprir uma rotina de 20 jogos em dois meses. Temos que equilibrar o elenco. O Victor e o Juninho fizeram apenas dois treinos antes do Gre-Nal. Estavam à disposição, mas sem o volume ideal para começarem jogando”, pontuou.
“Futebol tem múltiplas variáveis”
Para além da análise tática, Roger destacou o fator humano e emocional que marca o futebol, e reforçou a confiança no elenco colorado, destacando que nem sempre o time melhor treinado vai vencer. “O futebol é um jogo de múltiplas variáveis. Mesmo muito bem treinado, o time campeão não ganha todas. Temos que buscar alternativas durante o jogo. O mais importante é que esse time se recusa a ficar atrás do placar. Se mantivermos esse nível de envolvimento, temos grandes coisas pela frente”, concluiu.
O técnico interino do Grêmio, James Freitas, já havia trabalhado com Roger no próprio Tricolor. Por isso, a expectativa de um jogo físico era prevista pelo técnico colorado, especialmente pela troca de comando técnico no rival. Segundo ele, a saída do treinador naturalmente muda o ambiente. “Esperava um jogo com muita entrega física. Talvez o nosso erro tenha sido entrar nesse tipo de jogo no início, mas depois conseguimos colocar a bola no chão”, afirmou.
Foto: Ricardo Duarte/S.C. Internacional
Arbitragem e VAR
Sobre o lance polêmico no final do jogo, onde o Grêmio pediu um pênalti em Aravena, Roger considerou correta a decisão da arbitragem, que optou por não marcar pênalti após checagem do VAR. “Pelo critério adotado durante toda a partida, não havia como ele dar aquela penalidade. A tecnologia foi usada da forma certa. O que nos incomoda é quando nem o VAR chama, como aconteceu em lances anteriores.”
Elogios e Seleção
Questionado sobre os elogios feitos por Rodrigo Caetano, que está à frente do processo de escolha do novo técnico da Seleção Brasileira, Roger demonstrou satisfação, mas afirmou que ainda se considera em processo de formação. “É sempre bom ouvir elogios, ainda mais vindo de alguém como o Rodrigo. Não me considero um treinador completamente formado, quero seguir aprendendo. Mas me sinto muito maduro na carreira”, finalizou.