Um áudio atribuído ao vereador Nor Boeno (MDB) que vazou em um grupo de WhatsApp vem dando o que falar nos bastidores da política de Novo Hamburgo. Pelos caminhos oficiais o assunto não teve qualquer tipo de desdobramento desde o início da semana e sequer foi citado na sessão da Câmara.
Foto: Tatiane Lopes/CMNH
No áudio de 39 segundos o vereador comenta sobre estratégias de campanha e critica apoiadores que estariam cobrando cargos comissionados (CCs) na Prefeitura. Segundo a assessoria de Nor Boeno, o áudio foi postado por engano no grupo do diretório local do MDB. O destinatário era apenas o irmão do vereador.
Na fala, Nor Bueno sugere que, na próxima eleição, “tem que chegar neles e dizer assim: te dou R$ 1.500, R$ 2 mil e pagar pra fazer campanha pra mim e deu pro ‘loco’”. Ele também afirma que é necessário “faturar na próxima eleição” e critica apoiadores de regiões como Kephas e Canudos. “Depois das eleições eles vão ver o que é bom pra tosse. Vamos fazer o nosso time”, diz.
Segundo a assessoria do vereador, trata-se de um “desabafo de cunho político” e que foi compartilhado “fora de contexto”. Os termos “valores” e “faturar” não seriam referência a vantagens financeiras, mas à intenção de contratar pessoas para atuarem em campanhas futuras e ao “ganho de capital político”.
Nor Boeno também destaca, meio meio de assessores, que não firmou acordos com a atual administração municipal, comandada pelo prefeito Gustavo Finck (PP), e não indicou nomes para cargos no governo. A relação entre os dois não incluiria aliança eleitoral, embora o MDB tenha cargos na atual gestão.
Sobre a menção ao “pessoal do Kephas”, o vereador teria se referido a apoiadores da região e não à população do bairro. A citação a “rancho” (cestas básicas) também foi explicada como uma crítica a aliados com boas condições financeiras que estariam, indevidamente, cobrando benefícios sociais.