Censura, falta de diálogo e de gestão profissional: Classe artística de Gramado tem reunião com Ministério da Cultura

A repercussão da insatisfação da classe artística de Gramado com os rumos da atual gestão da Secretaria da Cultura chegou até o Ministério da Cultura. Na manhã da sexta-feira (28), a coordenadora do escritório estadual do RS da pasta do governo federal, Mari Martinez, esteve na cidade e se reuniu com membros do Coletivo Cultural Gramadense.

Classe cultural de Gramado se reúne com membro do Ministério da Cultura



Classe cultural de Gramado se reúne com membro do Ministério da Cultura

Foto: Divulgação

Durante o encontro, realizado no Verso Habitat Criativo, discutiu-se sobre os desafios enfrentados pelos artistas, que alegam falta de diálogo, censura e enfraquecimento das políticas públicas no município, devido à falta de qualificação da gestão da pasta municipal. Na segunda-feira (24), uma carta abordando o tema foi lida na Tribuna do Povo, na sessão da Câmara de Vereadores.

Mari Martinez reforçou o compromisso em buscar soluções que promovam a valorização da cultura como um pilar estruturante para o desenvolvimento econômico e social de Gramado, garantindo que as políticas públicas sejam implementadas em prol da comunidade, de forma inclusiva, transparente e eficiente.

Reivindicando a substituição do secretário Jonas da Silva, o coletivo cultural ressalta que ainda aguarda por uma reunião com a prefeitura para que possa dialogar sobre a situação.

Censura

Segundo os membros da classe artística, a cultura na cidade tem sofrido episódios de censura da Secretaria da Cultura. Ainda, abordaram um projeto de lei, que está tramitando na Câmara de Vereadores.

O vereador Roberto Cavallin, do Republicanos – mesmo partido do secretário -, apresentou a proposta de lei que proíbe o poder público de contratar shows, artistas e eventos voltados ao público infantojuvenil que promovam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas.

De acordo com o parlamentar, a medida foi sugerida, após pais relatarem um episódio que ocorreu em um show, no lago Joaquina Rita Bier.

Em contrapartida, os artistas do município citam que a lei pode ser interpretada como uma forma de censura prévia, o que contraria os princípios constitucionais brasileiros, como a liberdade de expressão e a liberdade artística. “Teme-se que os vereadores aprovem por unanimidade, mesmo o parecer jurídico da procuradora-geral tendo sido contrário à tramitação, além dos demais pareces negativos, como de conselheiros de cultura, artistas e sociedade civil”, diz o coletivo em nota.

A representante do governo federal pondera que o objetivo do Ministério da Cultura é o de assegurar que as demandas apresentadas sejam tratadas com a seriedade e urgência, fortalecendo o vínculo entre o poder público e a comunidade cultural.

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