A investigação que prendeu o vereador de Canela, Joãozinho Silveira (MDB), iniciou após uma denúncia anônima. Foi a partir de então que a Polícia Civil abriu o inquérito para apurar o desvio de materiais de construção, que deveriam ser destinados a uma família em vulnerabilidade social do interior do município.
Foto: Polícia Civil
O parlamentar permanece custodiado na Delegacia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Gramado, desde a terça-feira (25), quando foi preso dentro da Câmara de Vereadores. A defesa de Joãozinho, através do advogado Jair da Veiga Filho, informa que a audiência de custódia será realizada nesta quinta-feira (27), quando será realizado o pedido de liberdade provisória.
“Isso por entender que nenhum dos requisitos necessários para a prisão estão presentes no referido processo, sendo necessária a instrução processual para delimitar responsabilidades reais no presente caso”, aponta.
O delegado responsável pela investigação, Vladimir Medeiros, destaca que o material de construção foi encontrado em uma propriedade, na localidade de Canastra Alta, que pertence a Joãozinho.
O “kit casa”, avaliado em R$ 23 mil, deveria ter chegado até a família ainda no ano passado. Na última gestão, o então vereador foi secretário adjunto da Assistência Social e atuou também como coordenador da Defesa Civil.
O inquérito busca apurar as circunstâncias em que os materiais foram parar na propriedade, sem que houvesse formalização ou justificativa. Conforme o delegado, em depoimento, Joãozinho alegou que guardava o material há meses para ajudar uma família, a qual não se lembrava o nome.
Existe a suspeita de que os materiais tenham sido recebidos pelo ex-servidor, inclusive, com falsificação de documentos. Devido a isso, ele foi preso em flagrante por receptação qualificada. O delegado aponta que é necessário aprofundar as investigações e que a Civil também apura se há outros envolvidos no caso.
Materiais apreendidos
Os materiais apreendidos na operação foram entregues à Prefeitura de Canela. Em nota, o Executivo ressalta que, assim que tomou conhecimento da denúncia, “a administração adotou as providências necessárias para colaborar com as autoridades competentes, reafirmando seu compromisso com a transparência e a legalidade”.
Mesmo que o fato ocorreu na antiga gestão, a atual administração canelense diz que foram iniciadas as medidas administrativas cabíveis, incluindo uma investigação interna, apurando os fatos da época. “A prefeitura lamenta o ocorrido, reforça seu compromisso com a comunidade de Canela e deseja que o trabalho da Justiça transcorra com êxito, assegurando devida apuração dos fatos”, finaliza a nota.