Dez pessoas são resgatadas de situação análoga à escravidão em fazendas no interior de RR


Vítimas viviam em alojamentos irregulares e não tinham acesso a água potável. Elas foram encontradas em fazendas nos municípios de Amajari, Iracema e Mucajaí. Trabalhadores foram resgatados de fazendas no interior de Roraima.
Ministério do Trabalho e Emprego/Divulgação
Dez trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em fazendas localizadas nos municípios de Amajari, ao Norte de Roraima, e Iracema e Mucajaí, ao Sul. A informação foi divulgada nessa quinta-feira (25) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os resgates ocorreram no início de julho, durante fiscalização do Ministério nas zonas rurais dos três municípios. Entre as vítimas submetidas a condições degradantes de trabalho estão dois idosos, um trabalhador de nacionalidade colombiana e três venezuelanos, sendo um deles menor de idade.
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As vítimas trabalhavam em atividades de criação de gado de corte e de leite, além da produção de queijo que abastecia a capital Boa Vista. Nas fazendas, elas ficavam em alojamentos imundos, cheios de barro e estrume.
Os trabalhadores também não tinham acesso a água potável para consumo ou instalações sanitárias adequadas. Além dessas irregularidades, eles não tinham nenhum vínculo empregatício formal, como registro na carteira de trabalho, segundo informações da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).
Todas as vítimas foram retiradas das fazendas e receberam guias para ter acesso a três parcelas de Seguro-Desemprego, benefício social garantido legalmente para elas, no valor de um salário-mínimo cada.
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Ainda durante a fiscalização, o Departamento de Vigilância Sanitária também foi acionado sobre as condições precárias de conservação, asseio e higiene do local onde os queijos eram fabricados.
Os donos das fazendas foram notificados a paralisar imediatamente as atividades, realizando a rescisão dos contratos de trabalho e o pagamento dos valores rescisórios, com soma total de R$ 51.253,31.
Um deles, que é produtor de gado leiteiro e de queijo em Mucajaí, foi preso e levado para a sede da Polícia Federal em Boa Vista. Na propriedade dele, as atividades empresariais eram desenvolvidas há anos sem recolhimento de quaisquer encargos trabalhistas, segundo o Ministério do Trabalho.
As irregularidades trabalhistas encontradas nas fazendas devem resultar em 115 autos de infração.
A fiscalização contou com o apoio do Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, além de um professor e tradutor vinculado à Universidade Federal de Roraima (UFRR).
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