Caçador de fósseis encontra vômito de peixe de 66 milhões de anos

Peter Bennicke, um caçador de fósseis amador, fez uma descoberta inusitada na Dinamarca: um pedaço de vômito de peixe de 66 milhões de anos.

Bennicke encontrou o regurgitalito, nome que se dá para vômitos fossilizados, no Stevns Klint, ou Penhascos de Stevns em português.

O local é um desfiladeiro na ilha dinamarquesa da Zelândia, com imensa importância paleontológica por ter muitos registros do limite K-PG (Cretáceo-Paleogeno).

Por isso, os Penhascos de Stevns são considerados Patrimônio Mundial pela Unesco por conter evidências do impacto de Chicxulub.

Durante uma caminhada pelo local, o caçador de fósseis encontrou alguns fragmentos estranhos, que estavam em um pedaço de gesso.

Graças ao poder de conservação do gesso, quando o caçador de fósseis levou os fragmentos ao Museu de Geologia de Faxe, cidade a 25 minutos do local.

No museu, especialistas descobriram que os fragmentos eram, de fato, o vômito de um peixe, de 66 milhões de anos atrás.

Vômito pode ter informações de cadeia alimentar há 66 milhões de anos

De acordo com um comunicado do museu, o vômito contém duas espécies de lírio-do-mar e as partes que estão no vômito são os pedaços que o peixe não conseguiu digerir.

“Esse tipo de descoberta é muito importante em trabalhos de reconstrução de ecossistemas passados porque fornece informações cruciais sobre a cadeia alimentar do período Cretáceo”.

Aliás, o vômito do peixe que o caçador de arqueólogos encontrou, por ter 66 milhões de anos, data do momento da extinção dos dinossauros. E o vômito continha duas espécies de lírios-do-mar.

No comunicado, o paleontólogo e curador do museu, Jesper Milan, afirma que as análises revelaram que o vômito pertencia a um peixe do período Cretáceo que se alimentava de equinodermos, que incluem também os ouriços-do-mar.

“Os lírios-do-mar não são uma dieta particularmente nutritiva, pois seu esqueleto consiste majoritariamente em placas de calcita que une as partes mais mastigáveis”, diz o paleontólogo.

Por isso, o vômito do peixe continha as partes do esqueleto de lírios-do-mar que habitavam a Terra há 66 milhões de anos.

Os cientistas não conseguiram determinar a espécie responsável pelo vômito, mas o museu de Faxe exibirá o regurgitalito de 66 milhões de anos descoberto pelo caçador de fósseis.

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