O que se sabe sobre motorista que atropelou motoboy em Canoas; acidente gerou revolta

A morte violenta do jovem Guilherme Joaquim da Silva, de 19 anos, atropelado na Avenida Boqueirão no início da tarde da última sexta-feira (31), gerou manifestação de motoboys em frente à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Canoas por justiça. Além da revolta, há ainda a curiosidade sobre quem é o principal suspeito pelo crime.

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Vítima foi atingida por Citroën C4 na Avenida Boqueirão



Vítima foi atingida por Citroën C4 na Avenida Boqueirão

Foto: REPRODUÇÃO

Preso em flagrante horas depois do atropelamento do trabalhador, Fernando Avila Molossi, 51, é professor de Física do campus Sapucaia do Sul do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). Até então sem nenhuma ocorrência registrada contra ele, Molossi é acusado de perseguir e atropelar intencionalmente o motoboy, que estava em uma motocicleta Honda CG no momento do acidente.

Segundo a Polícia Civil, o Citroën C4 que era guiado pelo professor teria sido levado para uma oficina instantes após o crime. O objetivo de Molossi era consertá-lo o mais depressa possível, mas ele não conseguiu.

A Brigada Militar (BM) achou o suspeito com o veículo na garagem de casa horas depois, quando houve o flagrante. Imagens de câmeras de segurança auxiliaram no reconhecimento do carro, visto fugindo do local.

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Durante audiência no último sábado (2), a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva, o que deve garantir a permanência do suspeito preso atrás das grades por, pelo menos, 90 dias.

“A defesa está tentando alegar que ele sofre por problemas psicológicos”, afirma o advogado da família da vítima, Rainer Mendonça. “Estamos lutando contra isso com todas as nossas forças. Este homem tem que permanecer preso.”

A reportagem tentou contato com a defesa de Molossi, mas ainda não foi possível. No sábado, sem um defensor, ele acabou se valendo da Defensoria Pública do Estado, fato confirmado pela assessoria de comunicação do órgão.

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Investigação

A Polícia Civil trabalha para concluir o inquérito. Conforme a delegada Graziela Zinelli, responsável pela DPHPP de Canoas, houve uma perseguição ao motociclista.

“Houve uma discussão no trânsito e, depois disso, ele [Molossi] passou a perseguir o motociclista até o atingir”, explica. “Chegou até a passar com o veículo por cima de uma parte da moto.”

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Se comprovada a intenção de causar o acidente, o caso fica definido como homicídio doloso de trânsito. Por ser considerado um crime mais grave, a pena para este tipo de crime é maior. O período de prisão pode variar de 6 a 20 anos de reclusão, conforme o Código Penal.

A companheira do motociclista, Lívia Jacobus de Medeiros, estava na garupa e sobreviveu ao acidente. Ela contou em detalhes o que aconteceu para a Polícia, que não teve dúvidas sobre a intenção do suspeito.

“Houve uma conversa antes e a vítima que sobreviveu chegou a perguntar para o motorista no carro o que ele queria e por que estava fazendo isso”, explica Graziela. “Ele não respondeu nada.”

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