Secretário garante para 2025 o chamamento de aprovados no concurso da Guarda de Canoas

Secretário de Segurança Pública de Canoas, o major Alberto Rocha retornou ao cargo após um hiato de quatro anos. Ele havia trabalhado durante a gestão do prefeito Luiz Carlos Busato.

Major Alberto Rocha (E) retomou o cargo como secretário de Segurança em Canoas



Major Alberto Rocha (E) retomou o cargo como secretário de Segurança em Canoas

Foto: BRUNA OURIQUE/PMC

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Rocha conta aceitou o convite do prefeito Airton Souza após ponderar que seria possível não apenas o diálogo, mas ações efetivas que impactassem na melhoria da segurança da população.

Em um recomeço marcado pela queda dos índices de criminalidade de Canoas, o experiente secretário afirma que não é possível falar em “tranquilidade” quando o assunto é segurança pública.

O secretário está convicto, no entanto, que pode desenvolver um trabalho pautado pelo investimento, reaparelhamento e integração entre as polícias ao longo dos próximos quatro anos.

“É preciso retomarmos em Canoas os três is que o ex-governador Ranolfo Vieira Júnior quando implantou quando foi secretário da Segurança na cidade: investimento, inteligência e integração”, afirma.

DC – O senhor assume o cargo como secretário de Segurança em um momento diverso daquele em 2017, não é mesmo?

Rocha – Com certeza, imagine que estamos encerrando o mês de janeiro com apenas dois homicídios registrados. Isso é impressionante. Naquela época, Canoas registrava 160 mortes por ano e os meses de janeiro e fevereiro eram os mais violentos. Lembro que logo que assumimos já aconteceram 15 homicídios. O momento, portanto, é outro para a segurança pública.

DC – Lembro ter sido uma administração pautada pelo investimento na segurança. Podemos prever o mesmo agora que voltou à pasta?

Rocha – Sim, mas um investimento voltado para pessoal e equipamentos. Não vamos gastar um centavo em softwares avançados. Mas queremos ver mais servidores no time e que eles estejam bem armados e com um bom colete à prova de balas. Também é ideia garantir viaturas. Não apenas para a Guarda Municipal. Prefeito Busato [Luiz Carlos] na época garantiu viaturas que estão rodando até hoje. A ideia é essa. Vamos atrás do dinheiro para investir. Mais homens e viaturas na rua significa mais segurança para a população de Canoas. Simples assim.

DC – Existe ansiedade por parte dos aprovados no último concurso da Guarda Municipal, que aconteceu em julho de 2023. Haverá chamamento em 2025?

Rocha – Sim, nós vamos chamar os 34 aprovados no último concurso da Guarda Municipal. É claro que o número pode não ser exato, já que alguns podem ter sido chamados em outros concursos em que foram aprovados. Porém, a ideia é reforçar o efetivo da Guarda, sim. Só não podemos falar em prazo, porque chegamos agora e existe um deficit orçamentário.

DC – A meta então é ter mais servidores até o final do ano?

Rocha – Com certeza, e vamos inclusive garantir a formação e preparação do nosso pessoal. Não tem fundamento gastarmos um caminhão de dinheiro se há pessoas capacitadas para treinar o Guarda Civil aqui mesmo em Canoas. É claro que o nosso pessoal não pode passar toda a qualificação. É preciso outros profissionais, no entanto, vamos formar parcerias e garantir esta qualificação. Traremos Policiais Civil, Policiais Militares, Bombeiros, etc.

DC – E quanto ao relacionamento do Município com a Brigada Militar e a Polícia Civil? Já houve um contato inicial com outros órgão de segurança?

Rocha – Sim, aconteceu e está tudo bem encaminhado. Inicialmente, conversamos com o Consepro [Conselho Comunitário Pro-Segurança Pública de Canoas]. O aporte do governo deve ser retomado. Queremos também retomar as operações integradas que marcaram nossa gestão. Estamos alinhando tudo. Queremos ver a 4ª Companhia da Brigada no Rio Branco e a 1ª no Mathias Velho, que acabaram destruídas nas enchentes, reerguidas novamente para atender da melhor forma as comunidades.

DC – O senhor organizou uma reunião com a comunidade dos bairros Rio Branco e Fátima que acabou sendo elogiada. É importante esta proximidade, certo?

Rocha – Com certeza e, por isso, vamos fazer outras. A comunidade que nos chamar, será atendida. Esta reunião que fizemos foi importante não apenas para que falassem. Tivemos a oportunidade de divulgar os canais de denúncias. A comunidade precisa nos ajudar denunciando. As polícias não têm olhos em todos os lugares. Então a pessoa identifica um guri traficando, liga e faz a denúncia. Não adianta ser omisso. Outro ponto importante é o Boletim de Ocorrência. Tem que colocar no papel cada crime. Temos os números da segurança para trabalhar em cima. Tudo é planejado baseado nos indicadores. Se a população não comunica os crimes, a gente não fica sabendo. Isso é bom só para o bandido.

DC – O senhor acompanhou o caso envolvendo o assassinato a tiros do apenado Jackson Peixoto Rodrigues, o ‘Nego Jackson’, no Complexo Penitenciário de Canoas no ano passado? O que o Município pode fazer a respeito?

Rocha – Sim, acompanhei a tudo. Penso que o Município pode cobrar o Estado que cumpra o que se comprometeu a fazer. Em primeiro lugar, o Nego Jackson nem era para estar no Complexo. Porque o Complexo e a Pecan acabaram construídos para não receber criminosos faccionados. Ainda mais lideranças como ele, que deveria estar na Pasc [Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas]. Então é nosso dever manter o diálogo com o Estado e cobrar. Isso não pode voltar a acontecer.

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