Casal ciclista parte de Araraquara em jornada de bike de 23 mil km rumo à Copa do Mundo de 2026 no Canadá: ‘A melhor aventura’


Viagem começou neste sábado (17) no interior de São Paulo. Objetivo é chegar a Vancouver em dois anos. Fernando Luiz Petroni Alves Machado, de 40 anos, e Marisa Barbieri Boralli, de 38 anos, irão viajar de bicicleta até o Canadá
Angela Barbieri/Arquivo pessoal
Casar ou comprar uma bicicleta? Para um casal de Araraquara (SP), o amor e a aventura andam de mãos dadas — e em duas rodas. Quatro meses após o “sim” para selar a união, eles partem neste sábado (17) para uma viagem de bike de 23 mil quilômetros até o Canadá.
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“Acreditamos que viajar de bike é a melhor aventura”, disse ao g1 o fisioterapeuta Fernando Luiz Petroni Alves Machado, de 40 anos.
A ideia do projeto “Pedalando Rumo ao Hexa” começou cerca de um ano e meio atrás. O objetivo é pedalar por dois anos e chegar até Vancouver para acompanhar a Copa do Mundo que, em 2026, será disputada no Canadá, Estados Unidos e México.
Casal de ciclistas começa viagem de 23 mil km para a Copa do Mundo de 2026 no Canadá
Para bancar a viagem, o casal economizou o que deu e se programou para dar uma pausa de pelo menos 24 meses no trabalho. O fisioterapeuta arrendou seu estúdio de pilates, enquanto a esposa, a advogada Marisa Barbieri Boralli, de 38 anos, alugou o apartamento. Eles acreditam que dessa maneira a renda obtida somada a uma reserva financeira deve ajudar a concretizar o sonho.
Fernando, que pedala desde 2014, já fez várias viagens de cicloturismo pelo Brasil, muitas delas acompanhado da esposa. Em Santa Catarina, por exemplo, o casal encarou as trilhas do Vale Europeu, Rota dos Imigrantes, Costa Verde Mar e Circuito das Araucárias.
Em Minas Gerais, o desafio foram as serras do Caminho dos Anjos, que passa pelas cidades de Passa Quatro, Itamonte, Alagoa, Aiuruoca, Baependi, Caxambu e São Lourenço, até voltar para o ponto de partida.
Casal de Araraquara durante cicloturismo pela Europa em 2022
Arquivo pessoal
Fernando contou que em 2022 o casal foi para a Inglaterra e de lá pedalou até a Itália. Segundo ele, foram 32 dias em um percurso de aproximadamente 1,5 mil km, passando por nove países.
“A gente gostou e se identificou com esse estilo de viagem, que é minimalista, econômico e permite uma experiência muito rica de conhecer culturas e pessoas”, disse.
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Paixão pelo cicloturismo
Ciclistas de Araraquara encarando as trilhas de Santa Catarina
Arquivo pessoal
De acordo com Fernando, a paixão pelo cicloturismo ganhou força depois que ele pedalou cerca de 800 km pelo Caminho de Santiago de Compostela, em 2014, saindo da França e passando pelo Norte da Espanha durante 12 dias. “Ali foi uma virada de chave. Falei, dá para viajar com o mínimo e gastando pouco”, disse.
Mas para chegar ao Canadá não tem como levar o mínimo. Além do peso dos ciclistas, cada vai carregar pelo menos 40 kg a mais com o material necessário para essa longa jornada. A ideia é levar barraca, fogareiro panelinha, comida, sacos de dormir, colchão inflável, além de ferramentas e kits de reparos para as magrelas.
O trajeto saindo de Araraquara segue pelo interior de São Paulo até chegar ao Paraná. De lá, o casal desce até Santa Catarina e depois Rio Grande do Sul. A aventura continua rumo à costa do Uruguai e na sequência uma passagem pela Argentina.
“Vamos começar a subir e passar pelo deserto do Atacama, no Chile, Salar de Yuni, na Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, daí a gente faz a América Central toda até o México, passa pelos Estados Unidos e chega ao Canadá”, explicou o ciclista.
Fernando no Caminho de Santiago de Compostela em 2014
Arquivo pessoal
A ideia é pedalar cerca de 30 km por dia, mas também descansar e aproveitar para conhecer um pouco mais das cidades pelo caminho.
A segurança também é uma grande preocupação, por isso Fernando vai utilizar aplicativos usados por viajantes para conseguir hospedagens solidárias e também espaços para montar a barraca. “E ainda tem pousada, hostel, hotel para o caso de um de nós dois ficar doente durante o caminho e precisar de um pouco mais de estrutura”, disse.
O casal pretende registrar toda a jornada em fotos e vídeos e também publicar o conteúdo nas redes sociais no Instagram e YouTube. O material ainda pode virar um documentário e um livro, disse Fernando.
“O nosso propósito é conhecer novos lugares, culturas, ter uma maior proximidade com o ser humano, compartilhar e até incentivar outras pessoas a vivenciarem essa experiência”, disse o ciclista.
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