PERIGO EM TORRES: Pontos turísticos famosos têm alto risco de queda de rochas; alerta surge após tragédia com mortes

Um estudo publicado pelo  Serviço Geológico do Brasil (SGB) alerta para riscos em pontos turísticos de Torres, no litoral norte gaúcho, conhecidos pelas suas belezas naturais e que atraem milhares de turistas. Desde o desabamento das rochas nos Cânions de Capitólio (MG), que matou 10 pessoas em janeiro de 2022, os pesquisadores do SGB realizam estudos em atrativos turísticos para avaliar as áreas de risco.

TORRES: Praia da Guarita é o principal cartão postal do litoral do Rio Grande do Sul | abc+



TORRES: Praia da Guarita é o principal cartão postal do litoral do Rio Grande do Sul

Foto: Alfredo Hilario/Wikimedia

A ação faz parte do projeto “Avaliações Geotécnicas em Atrativos Geoturísticos”, o relatório avalia os riscos e perigos geológicos em áreas indicadas pela prefeitura e apresenta recomendações para prevenção de desastres.

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Foram avaliados o Parque Estadual José Lutzenberger, conhecido como Parque da Guarita, e o Caminho da Santinha, conhecido como Calçadão Praia da Cal. Toda a área do Parque da Guarita foi mapeada, mas foram detalhados sete locais específicos de maior relevância, sendo eles: Torre Sul, Torre da Guarita (Sentinela), Bico do Luiz, Furna do Diamante, Saltinho, Portão e a Trilha Verde.

“Os perigos geológicos encontrados em Torres são resultado de diversos fatores que, quando conjugados, acabam por exigir atenção”, explicou o pesquisador em geociências Anselmo Pedrazzi. Entre os processos que podem ocorrer na região, estão: tombamento de colunas rochosas, queda livre de blocos rochosos, rolamento de blocos rochosos, desplacamento de lascas de rocha, deslizamento planar e rastejo.

Pedrazzi acrescentou que as áreas críticas foram qualificadas como tendo grau de perigo “alto” (P3), com exceção da Torre da Guarita e da Torre do Farol, que têm grau de perigo “muito alto” (P4). “É possível manter o acesso a essas áreas pelos turistas e frequentadores do parque, desde que as medidas necessárias sejam colocadas em prática, para que ocorra da forma mais segura possível”, disse o pesquisador.

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Uma das principais recomendações do estudo, para reduzir os riscos, é remover um resquício de laje de concreto armado deteriorada na face leste da Torre da Guarita, que apresenta risco iminente de colapso. Pedrazzi também destaca que uma das medidas mais importantes é informar a população e os frequentadores dos locais avaliados sobre os perigos a que estão sujeitos. “As pessoas têm o direito de saber o grau de perigo a que estão expostos”, destacou.

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