Embolia amniótica: o que é grave complicação que influencer teve após parto

A ELA (Embolia por Líquido Amniótico), — também conhecida como embolia amniótica — é uma condição rara com alto índice de mortalidade e pode acometer gestantes durante ou após o parto. A complicação ganhou visibilidade na última semana, quando a influenciadora Juliana Perdomo foi internada em estado grave depois de uma cesárea.

Juliana Perdomo ao lado do marido e dos filhos Raj (no colo) e Dom (à direita)

Influenciadora sofreu uma embolia amniótica após parto do terceiro filho – Foto: Instagram @juperdomohome/Reprodução/ND

Juliana Perdomo, de 34 anos, nos últimos dias, sofreu complicações após o parto do terceiro filho, na sexta-feira (26), e precisou ser entubada.

“Nossa Jú, que sofreu uma embolia amniótica após uma cesárea realizada no último dia 26, está internada em um hospital de Goiânia e tem respondido positivamente ao tratamento ministrado pela equipe médica”, escreveu a irmã da influenciadora, Mariana Perdomo, nas redes sociais.

Mas afinal, o que é embolia amniótica, essa grave complicação que a influencer teve após o parto? Acompanhe abaixo.

O que é embolia amniótica?

imagem mostra mulher segurando barriga de gravidez para ilustrar matéria sobre embolia amniótica

Embolia amniótica pode ocorrer durante ou após o parto. – Divulgação/ND

A ELA ocorre quando o líquido amniótico que contém células e tecido do feto entra na corrente sanguínea da gestante, durante ou após o parto, e causa uma reação, como danos aos pulmões, coração sangramento excessivo.

A condição é muito rara, embora seja uma das causas mais prováveis de morte súbita de mulheres durante o trabalho de parto, conforme afirma a farmacêutica Manual MSD (Merck Sharp & Dohme).

“Metade de todas as pacientes com ELA morrem dentro de uma hora após o início dos sintomas, e nas que sobrevivem, não são raros os danos neurológicos secundários à hipóxia [ausência de oxigênio suficiente nos tecidos para manter as funções corporais]”, diz uma cartilha do Ministério da Saúde.

Fatores de risco da embolia amniótica

Ainda de acordo com a MSD muitos fatores estão associados a um risco aumentado de embolia por líquido amniótico, mas faltam evidência consistentes.

“Muitos dos fatores de risco são comuns ou pelo menos muito mais prováveis do que a embolia de líquido amniótico, e não há um bom entendimento fisiopatológico da razão por que apenas algumas mulheres com fatores de risco desenvolvem a síndrome”, afirma a Merck Sharp & Dohme.

Apesar disso, é considerado um risco maior quando há:

  • Idade materna avançada;
  • Gestação multifetal;
  • Descolamento prematuro da placenta;
  • Trauma abdominal;
  • Parto com fórceps;
  • Ruptura uterina;
  • Cesárea.

Sintomas e diagnóstico de embolia amniótica

Mulher grávida puxando o cobertor com dor e risco de embolia amniótica

O diagnóstico precoce por ser fundamental para salvar a vida da gestante – Foto: Getty Images/ND

A ELA costuma se manifestar durante ou logo após o parto. O primeiro sinal pode ser parada cardíaca súbita, choque séptico, pneumonia por aspiração, embolia pulmonar ou eclampsia, por exemplo.

Já outras pacientes podem desenvolver subitamente respiração difícil apresentar taquicardia e hipotensão.

Exames de sangue para verificar a função de determinadas proteínas que ajudam o sangue a coagular normalmente também são solicitados para o diagnóstico.

“Classicamente o diagnóstico de embolia por LA [líquido amniótico] seja feito por necropsia, atualmente aceita-se o diagnóstico baseado na apresentação clínica”, acrescenta o Ministério da Saúde.

Tratamento

O tratamento realizado é de suporte, de acordo com os sintomas apresentados pela gestante. Por se tratar de uma emergência com alto risco de morte é necessário uma equipe multidisciplinar com equipamentos e cuidados intensivos.

“É possível que a mulher com embolia por líquido amniótico receba uma transfusão de sangue e hemoderivados. A injeção de um fator de coagulação do sangue [que ajuda o sangue a coagular] pode salvar vidas”, explica a MSD.

“A mulher talvez precise de assistência para respirar ou medicamentos para ajudar com a contração do coração. Geralmente, a RCP [Reanimação Cardiorrespiratória] é necessária”, conclui a empresa farmacêutica.

Prevenção

Não há evidências médicas que tragam ações que estão relacionadas à prevenção da complicação. Mas cuidados durante o parto e o apoio médico adequado podem resultar na redução dos riscos.

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