No Rio Grande do Sul, falta mão de obra para consertos de carros que ficaram submersos na enchente

A Confederação Nacional das Empresas de Seguros contabiliza 20 mil pedidos de indenizações por carros alagados no estado. Faltam mecânicos para consertar carros atingidos pela enchente no RS
No Rio Grande do Sul, milhares de carros que ficaram submersos na enchente precisam de reparos. Mas falta mão de obra.
Oitocentas das 2,4 mil oficinas mecânicas atingidas pela enchente no estado ainda estão fechadas. Uma oficina no bairro Humaitá, em Porto Alegre, ficou alagada com 23 carros dentro. O proprietário está arrumando por um valor simbólico aqueles que não tinham seguro e parou de receber novos clientes por falta de mecânicos.
“Tem muita demanda e pouca capacidade de fazer. Porque é um trabalho muito demorado e que também tem a questão da mão de obra, que tem que ser uma mão de obra mais qualificada”, diz Marcos Suliman, dono de oficina.
Só na oficina do Marcos Suliman, são três vagas abertas. E a estimativa do sindicato do setor no Rio Grande do Sul é de que faltem 2 mil profissionais na área. Um problema que ficou ainda mais evidente com as enchentes.
“Hoje, se tu for visitar as oficinas, tu vai ver que tem oficinas com 40, 50 carros na fila de espera e com quatro, cinco pessoas para operar. Isso vai ser muito demorado”, conta Paulo Fernando Paim, presidente do Sindirepa – RS.
A Confederação Nacional das Empresas de Seguros contabiliza quase 20 mil pedidos de indenizações por carros alagados no Rio Grande do Sul. Com falta de mão de obra especializada, muitas oficinas não estão conseguindo atender à demanda, e os donos de carros estragados nas enchentes podem ter que esperar mais de um mês pelo conserto.
O sindicato prepara para agosto um convênio com escolas estaduais para qualificar alunos do ensino médio. A aprendizagem vai ser em uma unidade do Senai. O Márcio André Bica é aposentado e faz o curso para uma transição de carreira.
“Tu tem um apanhado geral de todo o automóvel, a parte de funilaria, a parte elétrica, a parte mecânica, pneus, tudo, bateria… Sai um profissional completo”, afirma.
Com dezenas de clientes na fila de espera, o Marcos Suliman está em busca até de quem não tem experiência.
“O mecânico, hoje, no mercado, está girando em torno de R$ 6 mil a R$ 8 mil mensais. Mecânico ajustador, eletricista, preparador, pintor, polidor. Todo mundo tem vaga aberta”, diz o dono de oficina.
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