O que se sabe sobre o brutal duplo-homicídio em Navegantes

O último fim de semana foi marcado por um duplo-homicídio brutal em Navegantes, no Litoral Norte catarinense. Duas mulheres foram encontradas mortas no sábado (22) em uma casa no bairro Machados, com múltiplos ferimentos de faca no pescoço.

As vítimas eram Carin Salomão e Raquel Hostins. Desde o encontro dos corpos, muitas perguntas são feitas sobre o que teria motivado o crime, quem o teria cometido e qual a relação do algoz com as vítimas.

Carin e Raquel são as vítimas do duplo-homicídio em Navegantes

Carin e Raquel foram identificadas como as vítimas. – Foto: Reprodução/ND

O ND Mais reuniu todas as informações oficiais sobre o caso e conversou com o delegado responsável pelas investigações de homicídios da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí, Roney Péricles, sobre o assunto.

Suspeito preso preventivamente

Em menos de 24h após o encontro dos corpos, a Polícia Civil prendeu preventivamente um suspeito pelo crime. De acordo com o relato do órgão, o suspeito foi localizado em casa, tomando banho.

O homem apresentava sinais de agressão (cortes recentes no tórax), os quais justificou como sendo por uma briga entre amigos.

O álibi apresentado pelo suspeito não foi confirmado pela Agência de Inteligência da Polícia Militar, que foi até o local indicado como sendo onde a briga teria ocorrido para confirmar a história.

Isso, acrescido ao fato de que o homem estava em posse de calçados que condiziam com as marcas encontradas na cena do crime, além do depoimento de uma testemunha confirmando que ele estaria no mesmo local que as mulheres horas antes do crime, foram suficientes para que fosse preso preventivamente.

O que diz a testemunha

De acordo com o relato da testemunha dado à polícia no sábado, o suspeito seria ex-colega de escola de uma delas. A testemunha alega que saiu com elas na noite anterior e, durante a manhã, encontraram-se com o suspeito.

Então, uma das mulheres teria pedido ao amigo uma carona para a própria casa, para onde foram acompanhadas pelo ex-colega. Mais tarde, uma das vítimas teria pedido ao amigo uma nova carona, dessa vez para a casa dos pais do suspeito.

Lá, as vítimas e o suspeito teriam sido impedidos de sair com o carro dos pais dele. O ex-colega teria discutido com os pais e quebrado o para-brisas do carro com uma pedra antes de sair de lá.

PC investiga duplo-homicídio

Ao ND Mais, o delegado Roney confirmou que o suspeito já tem passagens pela polícia por crime patrimonial e violência doméstica. Informações que circulam pelas redes sociais dão conta de que uma das vítimas teria sido estuprada antes do homicídio, o que não foi confirmado pelas autoridades.

“Ainda estamos apurando o grau de envolvimento, assim como a motivação. Não havia sinais aparentes de violência sexual, mas somente o laudo pericial para descartarmos tal hipótese”, disse o delegado.

Em relação ao que teria motivado o crime, a resposta ainda é uma incógnita. Este é o principal motivo pelo qual a morte das vítimas ainda não é considerada feminicídio pela investigação.

“Precisaremos desvendar a motivação e o grau de envolvimento (do suspeito com as vítimas) para classificar como homicídio ou feminicídio”, finaliza Dr. Roney.

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