Eleições na Venezuela: reeleito, Nicolás Maduro chama Milei de ‘bicho covarde’

As eleições na Venezuela tiveram resultado anunciado no início da madrugada desta segunda-feira (19) pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato. Com 80% das urnas apuradas, o presidente recebeu 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González Urrutia, candidato da oposição.

Nicolás Maduro em discurso após vitória nas eleições na Venezuela

Nicolás Maduro após vitória nas eleições na Venezuela. – Foto: AFP/ND

Diferença entre os candidatos foi considerada “irreversível” pelo CNE, mesmo com 20% ainda pendente de apuração nas urnas.

Em seu discurso após a vitória, Maduro responde ao presidente argentino, Javier Milei, que chamou o pleito de “fraude”.

“Milei, você não me suporta nem por um round, seu bicho covarde. Você é um fascista completo. Lixo, você é a ditadura”, declarou o venezuelano.

Em outro momento, Maduro amenizou o tom e disse que o país terá “paz, estabilidade e justiça”.

Maduro ainda afirmou que sua vitória ocorreu em meio “às sanções, ataques e ameaças” de outros países.

Repercussão internacional das eleições na Venezuela

O presidente Lula (PT) ainda não havia se manifestado sobre o resultado até a última atualização deste texto. Já o presidente chileno, Gabriel Boric, afirmou ser “difícil de acreditar” na vitória do grupo chavista.

Milei garantiu que a Argentina não vai reconhecer a reeleição de Maduro.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu a publicação detalhada dos votos e a recontagem.

“Agora que a votação terminou, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Convocamos as autoridades eleitorais a publicar a recontagem detalhada dos votos para assegurar a transparência e a prestação de contas”, indicou Blinken em um comunicado.

Os candidatos das eleições na Venezuela

Dez candidatos concorreram em um sistema de votação única, mas apenas dois se mostraram relevantes nas pesquisas.

Por um lado, Maduro, de 61 anos, sucessor do falecido líder socialista Hugo Chávez, buscou um novo mandato que o levaria a 18 anos no poder. Ele sobreviveu a uma crise econômica monumental e protestos da oposição que resultaram em centenas de mortes, em meio a denúncias de violações dos direitos humanos.

Do outro, González Urrutia, um diplomata de 74 anos, foi postulado de última hora pela aliança Plataforma Unitária para representar a ex-deputada liberal María Corina Machado, que está impedida de ocupar cargos públicos e tem sido a força motriz por trás da campanha da oposição.

A autoridade eleitoral composta por chavistas

O Conselho Nacional Eleitoral é o órgão responsável por organizar cada eleição na Venezuela. Sua diretoria é composta por cinco membros, três alinhados ao chavismo e dois à oposição.

Não há dúvidas sobre a orientação política do presidente do CNE, Elvis Amoroso, que esteve à frente da Controladoria e envolvido na inabilitação de María Corina Machado e outros líderes opositores. Amoroso foi sancionado pelos Estados Unidos em 2017.

O processo eleitoral é automatizado, com resultados centralizados pelo CNE. A oposição classificou como fraudulenta a reeleição de Maduro em 2018, e boicotou o processo.

Na época, os Estados Unidos, a União Europeia e vários países da América Latina não reconheceram Maduro como presidente.

*Com informações de AFP

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