Filho de Salomão Ribas Jr. diz que aproveitou bem seu pai: ‘parecia transcender a própria vida’

“Cacau, infelizmente descansou o Dr. Salomão Ribas Junior, a quem tu tivestes sempre o maior carinho, e ele por ti. Foi uma parada cardíaca em casa, sem dor”, me contou Ricardo Ribas. Seu pai, Salomão, nos deixou na noite deste domingo (16), em Florianópolis.

Conselheiro aposentado e ex-presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Salomão Ribas começou sua carreira como radialista, tornou-se escritor, elegeu-se deputado estadual e chegou a presidir também a Academia Catarinense de Letras.

Salomão Ribas Júnior

Salomão Ribas Júnior foi uma das grandes personalidades de Florianópolis.   – Foto: Divulgação/ND

Filho de Salomão Ribas Júnior lamenta partida do pai

“Viveu uma vida plena e sofreu pouco no final. Viu seus netos nascerem e crescerem. E foi aquele colosso, radialista, jornalista, escritor, deputado estadual, secretário de Estado, conselheiro do Tribunal de Contas e imortal da Academia Catarinense de Letras. Na Alesc foi o grande responsável pela constituição de 1989, no TCE foi presidente da Atricon, a associação nacional dos conselheiros.

Seu dom da comunicação o levou até o topo. Talvez um dos melhores oradores da história do nosso Estado. Sua fama de palestrante correu o mundo. E ele junto. Encantava a todas as plateias. Intelectual de primeira grandeza, contribuiu muito para o Estado, através das funções que exerceu, sempre ajudando a todos.

Eu sou suspeito pra falar, mas, desde pequeno, só ouço elogios ao meu pai, pela sua honestidade e inteligência. Sei que todo menino tem seu pai como primeiro herói, mas, no meu caso, era verdade: não era só eu que achava meu pai “o cara”. Bonito e inteligente, o cachimbo, o bigode, o óculos Ray Ban… ele era um ícone nos anos 80, todo mundo queria ser como o Salomão.

O nome não poderia ser mais apropriado, ele era de fato um sábio. Uma dessas pessoas que contextualizam o universo para os outros, parecia transcender a própria vida. Na África é costume designar um menino para ser o portador da tradição oral da tribo. Meu pai era assim, um repositório de cultura e conhecimento, então certamente algumas histórias se perderão. Porém, somos gratos de termos compartilhado a vida.

Acho que aproveitei bem meu pai, trabalhei ao seu lado por mais de uma década, tentei ser um bom filho. Cada almoço, cada conversa, era uma lição de história, de política, de vida.

Ele é sobrevivido por minha mãe, Dona Carlota, por mim e meu irmão Marcel, que mora no Texas (EUA), pelas suas noras Giselle e Gisele (ele sempre brincava com isso), e pelos seus netos: a minha Sabrina, e Antonio e Amanda, os gêmeos do meu irmão.

Tantas vezes ele escapou da morte pela sua cardiopatia gravíssima, tu lembras né? Quando ele foi no teu programa… E foram dezenas, mas dessa vez o nosso guerreiro Highlander descansou. Que Deus o tenha em bom lugar, e que a sua vida continue plena, agora do outro lado” — Ricardo Ribas.

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