Camisa pesada? A ‘maldição’ da 10 no Avaí após a aposentadoria de Marquinhos

A camisa 10 detém o número mais pesado do futebol. Na maioria das vezes, o melhor jogador do time utiliza, além de representar a posição em que as jogadas são criadas e possuir identificação com o clube pertencente a ela.

No Avaí não é diferente, aliás, não foi diferente. Dono da icônica camisa e maior ídolo da história do Avaí, Marquinhos conquistou três acessos pelo clube catarinense e eternizou-se na história. Porém, após sua aposentadoria, o clube busca um camisa 10 que faça a diferença, o que até então, não aconteceu.

Douglas, Valdívia, Copete, Robinho e William Pottker. Em seis anos após a aposentadoria de Marquinhos, cinco atletas vestiram a camisa e pouco fizeram com relação ao ídolo aposentado.

Marquinhos em ação pelo Avaí diante da Chapecoense, na final do Campeonato Catarinense 2017

Marquinhos em ação pelo Avaí diante da Chapecoense, na final do Campeonato Catarinense 2017 – Foto: Renato Padilha/Mafalda Press/Arquivo/ND

O desempenho dos camisas 10 pós Marquinhos no Avaí

Quem herdou a camisa 10 deixada pelo ‘Galego’ foi seu companheiro de Grêmio em 2012. O Avaí havia acabado de subir para a Série A de 2019 e viu em Douglas a esperança de um camisa 10 ‘clássico’.

O resultado foi aquém do esperado. No ano em questão, o clube foi rebaixado para a Série B com apenas 20 pontos e três vitórias em 38 partidas disputadas.

Douglas apresentado no Avaí em 2019 pelo então diretor de futebol Joceli dos Santos e o ex-presidente Francisco José Battisttoti – Foto: André Palma Ribeiro/Avaí F.C

Douglas, por sua vez, estreou com a camisa logo em um clássico contra o Figueirense na Ressacada. Entrou na partida aos 20 minutos da segunda etapa, sentiu uma lesão na coxa e ficou dois meses em recuperação.

E assim se sucedeu as partidas de Douglas pelo Leão da Ilha. Foram 13 jogos pelo clube e apenas uma assistência na conta do “maestro pifador”.

Valdívia chegou ao Avaí com uma missão difícil

Após o fim de 2019 e com a disputa de uma Série B pela frente, o Leão da Ilha apostou então no meio-campista Valdívia para ser o novo 10 da equipe.

Desde a aposentadoria de Marquinhos, até os dias atuais, Valdívia foi o mais longevo camisa 10 do clube e foi o jogador que chegou mais próximo de um relativo sucesso.

Valdívia em ação durante Avaí x Hercílio Luz em 2020 – Foto: André Palma Ribeiro/Avaí F.C

Em 2020, foram 46 jogos pelo Avaí com sete gols e quatro assistências. Novamente, o insucesso de uma temporada recaía sobre o jogador em que a responsabilidade é maior depositada.

Mesmo com as críticas da torcida e o descontentamento como futebol apresentado pelo ‘Poko pika’, Valdívia teve seu contrato renovado em 2021 e seguiu no clube.

A temporada 2021 do jogador foi ainda mais discreta do que em 2020, com dois gols e duas assistências em 50 jogos. Para a “sorte” do meia, um gol e uma assistência em especial salvaram o ano da equipe.

Avaí e Sampaio Corrêa jogavam na Ressacada para mais de 15 mil torcedores e uma vitória do Leão da Ilha recolocava a equipe na Série A.

O Sampaio Corrêa jogava sem pretensões no campeonato, porém abriu o placar com Ciel e o Avaí não se encontrava na partida. Valdívia, via tudo do banco e na segunda etapa foi acionado por Claudinei Oliveira pra mudar o rumo do Avaí em 2021.

Valdívia comemora gol de pênalti que recolocou Avaí na partida e posteriormente veio a conquista do acesso em 2021 – Foto: Frederico Tadeu/Avaí F.C

Com um gol de pênalti e uma assistência para Renato, o roteiro de vilão da temporada mudou rapidamente para herói com o nome de Valdívia.

O meia então, foi para o Cuiabá e reencontrou o Avaí em 2022 na Série A. Na oportunidade, Valdívia fez um gol pelo clube mato-grossense e optou por não comemorar, inclusive sendo aplaudido por diversos torcedores avaianos.

Ao todo, pelo clube foram 96 jogos com nove gols e seis assistências.

Protagonista em 2021, camisa 10 em 2022

No ano de 2022 e com o Avaí de volta a Série A, o colombiano Jonathan Copete foi o escolhido para ser o camisa 10 da equipe na elite daquele ano.

Para entender a história de Copete com a camisa do clube, é necessário retornar ao ano de 2021 na Série B. Copete foi o principal destaque da temporada com sete gols e nove assistências em 33 jogos.

Copete com a 36 nas costas fez ótima temporada pelo Avaí, porém com a 10, deixou a desejar- Foto: Frederico Tadeu/Avaí FC/ND

Coincidentemente, ou não, seu desempenho caiu vertiginosamente na disputa da Série A de 2022 com a camisa dez, e o atacante somou três gols e uma assistência em 22 jogos, deixando o clube antes mesmo do fim da temporada e indo para o Bahia disputar a Série B.

Retorno de meia e decepção, novamente com a 10

Em 2023, o Avaí teve um de seus piores anos, com desempenhos ruins no Campeonato Catarinense e na Série B, o clube teve três técnicos durante o ano e o sonho do acesso, virou decepção com a 13ª colocação no campeonato.

Outra decepção, foi a vinda de Robinho, que teve uma boa passagem pelo clube em 2011 e 12 anos depois retornava ao Estádio da Ressacada.

Com pouca intensidade e partidas também muito aquém do que se esperava do jogador, o atleta deixou o clube na metade da Série B com 19 jogos disputados, cinco gols e duas assistências.

Robinho deixa o Avaí após passagem apagada pelo clube – Foto: Avaí/Divulgação/ND

Mesmo roteiro de Copete, agora com Pottker

Um dos principais destaques do Avaí na Série A de 2022, William Pottker ganhou prestígio na Ressacada. Detalhe, assim como Copete, Pottker obteve sucesso utilizando a 90.

Em 2023, após a saída de Robinho, Pottker, que havia recém retornado ao clube, “herdou” a camisa 10. Com um roteiro idêntico ao de Copete, Pottker viu seu futebol decair utilizando a camisa e no último duelo diante do Mirassol, o atacante ‘devolveu’ a 10, retornando para a numeração com que teve sucesso, a 90.

É bem verdade que Pottker enfrentou grave lesão e ficou grande tempo afastado dos gramados, porém o peso da camisa 10, coincidentemente influenciou em suas atuações.

Willian Pottker, destaque do Avaí em 2022 utilizando a camisa 90 – Foto: Frederico Tadeu/Avaí FC/Divulgação/ND

Ainda no mercado de transferências, o clube busca um meia para a equipe, porém, a numeração e o peso da camisa 10 tem influenciado negativamente no futebol dos atletas que utilizam a tão desejada no Avaí.

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