Em meio a discussão sobre meta de inflação, Galípolo, cotado para presidir o BC, vai ao Planalto

Em meio a discussão sobre meta de inflação, Galípolo, cotado para presidir o BC, vai ao Planalto (Rafael Sobrinho/ TV Globo)
Em meio a uma discussão dentro do governo sobre mudança de meta de inflação, o diretor do Banco Central Gabriel Galípolo foi ao Palácio do Planalto na tarde desta terça-feira (25). Ele estava lá justamente no momento em que havia uma reunião em curso, entre integrantes do governo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir a meta.
Além disso, Galípolo, nomeado por Lula para a diretoria do BC, é cotado para substituir o presidente Roberto Campos Neto, cujo mandato termina neste ano.
Na saída, flagrada pelo cinegrafista da TV Globo, Rafael Sobrinho, Galípolo foi perguntado sobre o que estava fazendo no Planalto, mas disse que não responderia (veja no vídeo acima).
Mais cedo, o blog mostrou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve decidir pela manutenção da meta de inflação em 3% na reunião marcada para esta quarta-feira (26).
Galípolo é cotado hoje para ser o presidente do Banco Central, numa indicação de Lula. A ida dele ao Planalto coloca em xeque justamente o quão independente uma eventual gestão dele será. Na semana passada, ele votou com os diretores indicados por Bolsonaro pela manutenção da taxa de juros, justamente para mostrar independência em relação ao Planalto. Mas ao participar de uma reunião na sede do Executivo ele traz novamente a discussão sobre se seria autônomo ao presidir o BC.
Galípolo se reúne com Lula para discutir meta de inflação
Atualmente, a meta de inflação no Brasil é de 3% ao ano, e é considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Outra tendência no colegiado – formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto – é de publicação de decreto que prevê que a meta, no patamar de 3%, seja contínua a partir de 2025.
Se as medidas se confirmarem, a expectativa é de que os ânimos se acalmem no mercado financeiro, uma vez que declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado geraram insegurança nos investidores.
Isso porque, em 2023, o petista questionou publicamente se havia necessidade de uma meta de inflação em 3%. A meta é baixa, na avaliação de Lula. O presidente quer que a taxa básica de juros da economia, a Selic, seja reduzida pelo Banco Central. Um dos efeitos disso é a alta da inflação.
Lula entende que os juros mais baixos vão proporcionar crescimento maior da economia do país e que, nesse cenário, uma alta da inflação poderia ser tolerada. Mas essa visão é questionada entre economistas e no mercado financeiro.
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