
A SpaceX precisa lidar com vários desafios para operar os serviços da Starlink, mas um deles não era tão evidente até recentemente: um estudo da NASA sugere que períodos de pico de atividade do Sol podem diminuir a vida útil dos satélites, um problema particularmente preocupante quando há muitos deles em operação.
O estudo em questão leva em conta o que se conhece como “ciclo solar”. A cada período de 11 anos, o Sol apresenta um aumento de atividade magnética que pode ter efeitos sobre a Terra e, como agora ficou claro, sobre os satélites que circundam o planeta.
O ciclo solar mais recente atingiu o seu pico no fim de 2024. Nessa época, a NASA observou um aumento das erupções solares que resultaram em uma frequência maior de tempestades geomagnéticas.
A equipe de Denny Oliveira, pesquisador do Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA, investigou o impacto dessas tempestades sobre os satélites da Starlink.
“Nós descobrimos que, quando temos tempestades geomagnéticas, os satélites reentram mais rápido do que o esperado”, comentou Oliveira.
Qual o impacto das tempestades geomagnéticas sobre a Starlink?
Quando Denny Oliveira afirma que os satélites reentram mais rapidamente, o pesquisador se refere ao aumento do arrasto atmosférico, que puxa satélites em órbita baixa em direção à Terra antes do tempo previsto para isso ocorrer.
Ainda de acordo com os pesquisadores, esse fenômeno pode fazer a vida útil de um satélite ser reduzido em dez dias. É claro que não é só a Starlink que está sujeita a esse problema. Mas, por ter a maior rede de satélites de órbita baixa em operação, a Starlink acaba sendo fortemente impactada.
Depois de reentrar na atmosfera terrestre, o satélite é naturalmente destruído. No caso da Starlink, os satélites foram construídos para serem totalmente queimados quando isso acontece.
Se esse processo ocorrer antes do previsto e envolver um grande número de satélites, a SpaceX poderá ter que revisar aspectos como reposição e impacto ambiental. Nesse sentido, é preciso verificar se a reentrada acelerada não impede determinados componentes de serem totalmente queimados, por exemplo.
Atualmente, a rede da Starlink conta com mais de 7.000 satélites em operação, mas o plano de longo prazo é fazer esse número superar 30.000 unidades.

Plano de expansão inclui o Brasil
Recentemente, a Starlink foi autorizada pela Anatel a trabalhar com 7.500 satélites adicionais em sua operação no Brasil. Até então, o serviço estava autorizado a operar com “apenas” 4.408 satélites no país.
Por aqui, o serviço de acesso à internet da Starlink custa a partir de R$ 236 por mês para uso residencial. Esse plano já pode ser contratado com a antena Starlink Mini, que sai por R$ 1.799 à vista ou em 12 parcelas de R$ 150.
Já os planos Viagem custam R$ 315 por mês na opção com franquia de 50 GB, ou R$ 576 mensais na modalidade sem limite de dados.
Com informações de NewScientist
Tempestades solares podem encurtar vida útil dos satélites da Starlink