Em Canoas, Quesia Gomes, 33 anos, é uma “cegonha reborn”, termo usado para se referir às artesãs que produzem bonecas hiper-realistas. Inserida no universo dos bebês reborn há 8 anos, a moradora do bairro Harmonia transformou o hobby em profissão.
Foto: Arquivo pessoal
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Mãe de três crianças, Quesia relembra o primeiro contato com o nicho reborn.
“Minha filha do meio assistia conteúdos sobre bonecas hiper-realistas. Há quase 10 anos, era inviável comprar, a mais barata custava em torno de R$ 4 mil. Ela queria muito ter uma. Então fui procurar vídeos de como montar. Pesquisei os tipos de materiais e técnicas. As primeiras que criei foram para as minhas filhas e conhecidos”, conta.
Ao longo dos anos, Quesia se profissionalizou na arte reborn. Para aprimorar as técnicas, a artesã realizou cursos sobre tipos de coloração da pele, implante/enraizamento de sobrancelhas, cílios e cabelo, entre outros procedimentos.
Com a recente exposição midiática do universo de bebês reborn, o nicho “furou a bolha” e é um dos assuntos mais comentados na internet e também fora dela.
“A minha demanda dobrou. Vendia uma média de quatro bebês [reborn] por mês, agora, vendo a capacidade máxima que consigo fazer, ou seja, oito bonecas hiper-realistas. Faço tudo sozinha. Desde a montagem da cabeça, bracinhos e perninhas no corpinho até a colocação de cabelos, coloração e demais detalhes. A pessoa pode personalizar como quiser. Em média, são necessários 15 dias para ficar tudo pronto no bebê”, explica.
Os materiais utilizados pela artesã são majoritariamente importados. Ela conta que possui fornecedores de diferentes países, incluindo Rússia e China.
“Nos bebês de material de vinil, eu faço a montagem das peças no corpo. Já nos bebês de silicone, eles são sólidos, ou seja, inteiros. O trabalho artístico é necessário em ambos. É a parte de personalização, fio por fio, tom da pele e demais características”, revela.
Segundo Quesia, a principal diferença entre os materiais de vinil e silicone é a possibilidade de contato com a água.
Foto: Arquivo pessoal
“Para quem quer dar banho no bebê, o indicado é o de silicone. Na internet até se encontram conteúdos com dicas para dar banho em bebês de material de vinil, mas não recomendo, pode mofar.”
Com uma base de clientes sólida, a artesã já vendeu mais de 500 bebês reborn em 8 anos.
“Canoas tem colecionadoras, mas a maioria é de outras cidades. Comercializo para todo o Brasil e alguns países também. Minha página no Instagram [@quesiagomesartereborn] é minha vitrine. Divulgo meu trabalho e informações sobre o mundo dos bebês reborn. Hoje, o mais em conta custa R$ 699 e o mais caro R$ 5.800″, finaliza.