Foi concluído nesta quinta-feira (29) o inquérito sobre a morte de Edelvania Wirganovicz, encontrada sem vida no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre em 22 de abril, onde cumpria pena por envolvimento no assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini.
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Foto: Divulgação/TJRS
O Diretor do Departamento de Homicídios, o delegado Mario Souza, afirmou logo no início da coletiva de imprensa que não houve crime na morte de Edelvania. “Não houve crime das policiais penais, não houve crime das detentas. Houve uma situação, infelizmente, relacionada à própria pessoa.”
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A investigação
Segundo o delegado Gabriel Borges, responsável pela investigação do caso, a apuração se iniciou com objetivo de entender se Edelvania poderia ter sido vítima de um crime doloso, o que não se confirmou no decorrer da apuração policial.
Edelvania possuía certa liberdade na penitenciária, já que realizava serviços de jardinagem e, por isso, tinha acesso a determinados locais e equipamentos. A mulher transitava em ambiente seguro, com acesso a um número reduzido de detentas, e até ficava em isolamento, em razão da possibilidade de uma represália pela condenação em 2014.
Borges explicou o que mostram as imagens de câmeras de segurança gravadas no dia 22 de abril: “Ela, sozinha, exercendo essa atividade de jardinagem, vai até o local onde o corpo foi localizado, conduzindo uma escada. Permanece até certo tempo, até que uma policial penal visualiza a cena e solicita socorro, onde é feito um primeiro atendimento, mas ela acaba vindo a óbito.”
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Com isso, o delegado salientou que “é muito claro que ela foi sozinha até o local em que o corpo foi encontrado” e que, a partir desse entendimento, a Polícia buscou entender a motivação do fato.
Planejado
A investigação identificou que Edelvania havia “ideação suicidas anteriores”. Ela não deixou cartas, mas pessoas e detentas que tinham contato com Edelvania informaram que a mulher já havia mencionado o assunto algumas vezes.
As motivações apontadas por Borges são: sentimento de culpa pela participação na morte de Bernardo, e também pela condenação do irmão, Evandro Wirganovicz, considerado cúmplice; abandono por parte de pessoas do círculo familiar; e conhecimento de que Graciele Ugulini – madrasta de Bernardo e anteriormente amiga de Edelvania, com quem não mantinha mais boa relação – poderia ter regressão de pena e passaria a permanecer no mesmo presídio.
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Para o delegado, esse “conjunto de situação subjetivas” teria impulsionado o desejo pelo ocorrido. O laudo da causa da morte também indicou sinais compatíveis com suicídio.
A divulgação de casos como esse não são costumeiros, mas, em função da repercussão da morte de Edelvania, foram feitos os esclarecimentos nesta quinta, quando o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário.
Onde buscar ajuda
Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:
Centro de Valorização da Vida (CVV)
Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.
Canal Pode Falar
Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.
SUS
Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para o atendimento de pacientes com transtornos mentais. Há unidades específicas para crianças e adolescentes.
Mapa da Saúde Mental
O site traz mapas com unidades de saúde e iniciativas gratuitas de atendimento psicológico presencial e online. Disponibiliza ainda materiais de orientação sobre transtornos mentais.