O valor da bandeja de ovos em supermercados da região caiu nas últimas duas semanas. Consumidores constatam que os preços chegam a ser 5 reais mais baixos na comparação com outros dias. A queda converge com o período da descoberta de um caso de gripe aviária, em 15 de maio, em uma granja em Montenegro, no Vale do Caí. No entanto, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) nega que a situação tenha relação com a questão sanitária.
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Foto: Susi Mello/GES-Especial
“Os ovos se tornaram um produto com poder de atração nos supermercados em função do aumento do seu consumo pela proteína que ele oferece a um preço acessível. Então essa redução de preço é em função da grande concorrência das 6,5 mil lojas de supermercados no Estado”, aponta o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
O aposentado Jurandi Bastos, 80 anos, de Ivoti, conta que a caixa de 20 ovos caiu de 17 reais para quase 13 reais. “É bom para nossa cesta básica, mas acredito que não tem nada a ver com a gripe aviária. Nas notícias dão conta que não afeta o consumo de ovos e da carne de frango”, declara o idoso.
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No supermercado onde o aposentado compra em Ivoti, a direção informa que há deflação de 35% a 38% nas últimas duas semanas no preço dos ovos. Com isso, nesta terça-feira (27), o consumidor final já pagava menos de 14 reais na caixa de 20 ovos. A queda, informa a rede, tem ocorrido de forma gradual e semanal.
O supermercado diz que não sabe se a redução no preço dos ovos tem relação com a gripe aviária, situação distinta do frango, cujo valor caiu 8% nesta semana. “O frango pode ter sofrido influência da gripe aviária. Como os fornecedores não conseguem exportar, sobra mais para a indústria, e isso acaba impactando o mercado interno”, detalha a empresa, em nota.
Em relação ao frango, o presidente da Associação Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos, aponta que a entidade prevê estabilidade para os próximos 30 dias. Isso se deve pela capacidade de estoque e porque indústrias gaúchas poderão redirecionar volumes para filiais ou matrizes em outros estados, além de países que não restringiram totalmente as importações do Rio Grande do Sul.
Sanidade e ações preventivas
Quanto à gripe aviária, Santos acrescenta que, embora ainda não seja possível mensurar com exatidão os impactos econômicos, as ações de contenção foram rápidas e eficazes. “Seguiremos intensificando os cuidados e orientando os produtores para manter os níveis máximos de segurança nas granjas.”
No começo da semana, o governo do Estado concluiu a quarta rodada de vistorias nas 19 propriedades rurais com criação de aves, localizadas no raio de três quilômetros do foco de gripe aviária em Montenegro. As inspeções têm caráter preventivo e visam monitorar a sanidade das aves.
Consumo é seguro
A influenza aviária, ou gripe aviária, é uma doença viral que afeta principalmente aves, mas também pode infectar mamíferos, inclusive o ser humano. A transmissão acontece pelo contato com animais doentes e também por meio da água e de materiais contaminados.
O Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul (SVO-RS) reforça que o consumo de carne de aves e ovos armazenados em casa ou em pontos de venda é seguro, já que a doença não é transmitida por meio do consumo. Desta forma, não há qualquer restrição nesse sentido.