China gasta mais em equipamentos para chips do que EUA, Taiwan e Coreia juntos

A China gastou mais de US$ 25 bilhões em equipamentos para fabricação de semicondutores só na primeira metade de 2024. O valor é maior do que a soma dos investimentos dos EUA, Taiwan e Coreia do Sul durante o mesmo período, declara a organização internacional SEMI.

Conforme seria de se esperar, especula-se que a China tem investido tanto na área em busca da autossuficiência. O país enfrenta não apenas sanções diretas e constantes dos EUA no segmento de fabricação de chips, mas também dos aliados do Tio Sam.

Recentemente tivemos o exemplo da Holanda, que estabeleceu novas restrições à ASML, que tinha na China um de seus maiores clientes.

A capacidade de manufatura de chips no país asiático deve mais do que dobrar nos próximos cinco a sete anos, em especial em processos “maduros”. Ou seja, chips menos avançados de 28nm para cima, geralmente voltados para dispositivos IoT e indústria automotiva.

“Nós estamos vendo a China continuar a comprar todo o equipamento que eles conseguem para suas novas instalações para fabricação de componentes maduros”, declarou um representante da SEMI. A estimativa é que a tendência de investimento do país continue acelerada para o resto do ano.

China pode retaliar sanções

As preocupações em relação à China agora não se limitam mais à capacidade de produção de chips do país, mas também às possibilidades de retaliação em relação às sanções que tem sofrido.

Em resposta à restrição mais recente da Holanda, o jornal nacional Global Times fez uma reportagem apontando que a posição da ASML na China agora estaria “ameaçada”. Segundo o The Register, a empresa holandesa fez 49% de suas vendas para o país asiático no primeiro trimestre de 2021.

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O Japão também sofreu ameaças de “retaliação econômica severa” se também ceder à pressão dos EUA por mais sanções contra o vizinho. A China é uma importante fornecedora de metais raros para a produção japonesa de automóveis, e pode usar isso contra o país.