Imagine carregar no peito uma condição que, mesmo afetando diretamente o coração, pode passar despercebida durante anos.
Essa é a realidade de muitas pessoas que convivem com a cardiomiopatia hipertrófica (CMH), uma doença genética que afeta cerca de 1 a cada 500 pessoas no mundo.

Estima-se que, só no Brasil, sejam mais de 400 mil casos. No entanto, estudos apontam que até 94% dos indivíduos com CMH não têm diagnóstico.
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O que é a cardiomiopatia hipertrófica?
A CMH é caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco, que dificulta o bombeamento do sangue para o corpo.
Por ser uma condição essencialmente silenciosa na maior parte do tempo, o diagnóstico costuma ser um verdadeiro desafio.
Seus sintomas – como dor no peito, falta de ar, palpitações, desmaios e cansaço extremo – muitas vezes são confundidos com os de outras doenças cardíacas, reforçando a necessidade de atenção redobrada dos profissionais da saúde e das pessoas em busca de avaliação médica.
Importância do diagnóstico precoce
Segundo o Dr. Daniel Rabischoffsky, cardiologista especialista em ecocardiografia, a chave para mudar o destino de quem convive com a CMH está no diagnóstico precoce.
“Atualmente, existem medicamentos aprovados que podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. O rastreio é fundamental, especialmente em familiares de portadores da doença, pois o diagnóstico precoce permite um melhor acompanhamento e a prevenção de complicações“, afirma o especialista.
A importância dessa afirmação é respaldada pelos números: a CMH pode comprometer severamente a qualidade de vida e, em casos graves, levar a complicações sérias, como insuficiência cardíaca, que afeta de 22% a 43% dos pacientes com CMH, morte súbita, fibrilação atrial e até acidentes vasculares cerebrais (AVCs) decorrentes de embolias.
Como identificar e tratar?
O principal exame para diagnosticar a CMH é o ecocardiograma, que consegue identificar a hipertrofia no músculo cardíaco e determinar o grau da condição.
Além disso, como a CMH é uma doença genética, o rastreio em parentes de primeiro grau de pacientes diagnosticados é essencial. Isso pode salvar vidas e prevenir complicações antes mesmo que os primeiros sintomas apareçam.
O tratamento também evoluiu. Com os avanços da medicina, agora existe terapia que atua na causa da doença, ajudando a controlar os sintomas e prevenir complicações graves.
Em algumas situações, procedimentos cirúrgicos específicos ou tecnologias, como desfibriladores implantáveis, podem ser necessários.
Informação salva vidas
Apesar de silenciosa, a cardiomiopatia hipertrófica é uma inimiga invisível que exige atenção.
Para muitos, a consulta com o médico cardiologista pode ser o primeiro passo para uma vida mais saudável e protegida. Por isso, os check-ups preventivos do coração são essenciais.
“Procure saber o seu histórico familiar de doenças cardíacas e não ignore os sinais e sintomas, por mais comuns que possam parecer. Uma atitude simples hoje, como visitar um cardiologista, pode salvar uma vida amanhã”, diz Dr. Rabischoffsky.