Ter plantas em casa pode transformar o ambiente, mas quem vive em apartamentos com pouca luz natural precisa fazer escolhas certeiras.

Em entrevista à Catraca Livre, Ronan Machado, gestor do curso de Engenharia Agronômica do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), explicou quais espécies se adaptam melhor a esses espaços e quais cuidados são essenciais.
Quais plantas se dão bem em ambientes com pouca luz?
Segundo o especialista, as melhores opções são aquelas que vêm de ambientes sombreados, como florestas tropicais.
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“Plantas que se adaptam bem a ambientes com pouca luz geralmente possuem folhas mais largas, espessas ou de coloração mais escura, o que permite uma maior eficiência na captação da luz disponível”, afirma.
Essas espécies também tendem a ter um metabolismo mais lento, o que reduz a necessidade de energia para o desenvolvimento.
As 10 melhores plantas para se ter em apartamento que não bate sol
Ronan lista dez espécies que reúnem beleza, resistência e baixa manutenção:
- Zamioculca (Zamioculcas zamiifolia);
- Lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii);
- Espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata);
- Jiboia (Epipremnum pinnatum);
- Filodendro (Philodendron scandens e outras variedades);
- Maranta (Maranta leuconeura);
- Peperômia (Peperomia spp.);
- Palmeira Ráfia (Rhapis excelsa);
- Antúrio (Anthurium andraeanum);
- Singônio (Syngonium podophyllum).
“São espécies resistentes, de baixa manutenção e muito bonitas para ambientes internos”, destaca.

Como cuidar dessas plantas?
O segredo para mantê-las saudáveis está em ajustar a rotina de cuidados. “Plantas em ambientes de pouca luz precisam de um controle mais rigoroso na rega, pois a evaporação é menor e o excesso de água pode causar apodrecimento das raízes. […] Regar apenas quando o substrato estiver seco na parte superior”, alerta Ronan.
Como crescem mais devagar, exigem menos adubação, e é essencial fazer a limpeza regular das folhas, já que o acúmulo de poeira prejudica a absorção da luz.
O substrato também merece atenção: deve ser leve, aerado e bem drenável. Uma mistura recomendada é terra vegetal com fibra de coco e perlita ou areia grossa.
Quanto à adubação, ele orienta: “a cada 2 a 3 meses, utilizar adubo equilibrado (NPK 10-10-10) ou adubos orgânicos líquidos, sempre em menor quantidade do que para plantas de sol pleno.”
Luz artificial pode ajudar?
Se o apartamento tem iluminação natural quase inexistente, uma solução é investir em luzes artificiais específicas.
“As lâmpadas LED de espectro completo (grow lights) são as mais indicadas, pois simulam a luz solar, oferecendo as faixas de luz azul e vermelha necessárias para fotossíntese e desenvolvimento”, explica.
Ele recomenda deixar as lâmpadas acesas entre 8 e 12 horas por dia.
Quais erros devem ser evitados?
Entre os erros mais comuns, o mais grave é o excesso de água. Outros problemas frequentes incluem o uso de substratos que retém muita umidade e o descuido com a limpeza das folhas.
Ronan também chama a atenção para a importância de girar os vasos de tempos em tempos: “Não rodiziar as plantas, deixando sempre o mesmo lado para a pouca luz disponível, gera crescimento torto.”

Quero ter uma planta no meu apartamento, por onde devo começar?
Para quem está dando os primeiros passos no cultivo de plantas, Ronan tem algumas sugestões.
“A Zamioculca e a Espada-de-São-Jorge são imbatíveis para iniciantes. São extremamente resistentes, toleram esquecimentos de rega e se adaptam bem a baixa luminosidade. A Jiboia também é ótima, pois, além de ser fácil de cuidar, pode ser cultivada tanto como pendente quanto em tutor.”
Ele ainda lembra que plantas não são apenas decorativas: “elas ajudam a purificar o ar, absorvendo compostos tóxicos como benzeno e formaldeído, melhoram a umidade do ambiente, reduzem o estresse, aumentam a sensação de bem-estar”, reforça.
Com essas dicas, até quem mora em um cantinho sem sol pode ter uma selva urbana cheia de vida e benefícios.