Capela em Nova Santa Rita reproduz modelo de Roccaporena, na Itália

A quinta-feira (22) é marcada por homenagens e devoção a Santa Rita de Cássia mundo afora. Freira agostiniana da diocese de Espoleto, na Itália, ela morreu no dia 22 de maio de 1457 e, desde então, é conhecida por ser a santa das causas impossíveis.

O empresário Pércio Klaus ficou satisfeito com o resultado da obra em Nova Santa Rita



O empresário Pércio Klaus ficou satisfeito com o resultado da obra em Nova Santa Rita

Foto: Paulo Pires/GES

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E impossível parecia a ideia dos empresários Pércio Klaus, 54 anos, e Adriano Klein, 50, que imaginaram construir uma réplica perfeita, no coração de Nova Santa Rita, da capela italiana que existe em Roccaporena, aldeia na cidade de Cássia, onde a santa nasceu em 1831.

Erguida no Loteamento do Parque, a réplica está em fase de acabamentos, mas já atrai a atenção de devotos e curiosos a respeito do trabalho rústico que alude a antigas construções em pedras.

“Podemos dizer que não foi fácil”, afirma Klaus. “Desde o princípio, a ideia era ter uma réplica que garantisse fidelidade àquela que existe na Itália, então fomos atrás do material e mão de obra especializada.”

Klein observa que quem vê a capela pronta hoje não imagina que toda a área foi construída especialmente para garantir fidelidade ao cenário. Isso porque a igreja em Roccaporena é popular pelas penitências.

“Sabíamos que precisava ficar no alto”, explica. “Então aterramos bem e garantimos a sustentação do terreno. Agora existe uma longa escadaria onde os fiéis podem subir de joelhos como acontece na Itália.”

Atualmente, os empresários trabalham no mobiliário e iluminação da capela. Trabalham em paralelo para garantir ao local uma Pedra da Oração como a que existe na igreja da Itália.

“Em Roccaporena, os devotos percorrem o povoado e sobem de joelhos por uma trilha colina acima até chegar na Pedra da Oração”, esclarece Klaus. “A ideia era garantir esta experiência. Só falta a pedra.”

Trabalho de arte

Quando lançaram o desafio de construir uma réplica italiana em Nova Santa Rita, os empresários Pércio Klaus e Adriano Klein sabiam que não seria fácil, porém as dificuldades já começaram para encontrar a mão de obra.

Se em séculos passados, uma construção erguida com pedras-sabão seria algo facilmente identificável, hoje em dia é muito difícil achar alguém que trabalhe com algo tão rústico, diz Klaus.

“Diante das dificuldades, chegamos a colocar o nosso pessoal para trabalhar, mas então o resultado não pareceu satisfatório e precisamos interromper o processo”, explica Klaus.

Foi no interior do Estado que os dois empresários encontraram um artista responsável por moldar o sonho que tinham, garantindo a fidelidade que a réplica exigia.

“Ninguém tem o que reclamar. O resultado é um trabalho de mestre.”

Espaço deve ser doado à Prefeitura

O Brasil e o mundo viviam o drama criado pela pandemia, em 2021, quando o empresário Pércio Klaus anunciou a construção da réplica de Roccaporena.

Já na época, o empresário informou que a obra seria doada à Prefeitura de Nova Santa Rita, de maneira a fazer parte do patrimônio cultural da cidade.

“Planejamos que seria doada, desde o começo, porque queremos a capela aberta à população diariamente”, esclarece. “Será um templo de oração e reflexão permanente.”

O projeto, na avaliação do empresário Adriano Klein, vai ao encontro da identidade visual da cidade, que tem, logo na entrada, a enorme figura de Santa Rita de Cássia.

“Pensamos que Nova Santa Rita tem potencial para o turismo e acreditamos que a cidade precisa investir mais nesta identificação que tem com a padroeira”, reforça.

Um marco representativo para a fé e também para a cultura de Nova Santa Rita, a recém-finalizada capela conta até mesmo com a figura da santa virada para os fiéis, como à espera dos devotos que sobem a escada.

Santa após séculos

Não são apenas as questões regidas pela legislação que caminham lentamente. Quando o assunto é fé, um processo pode levar anos também, ensina a História. Apesar dos inúmeros milagres pelo qual é conhecida, Santa Rita de Cássia só foi beatificada cento e oitenta anos após a sua morte, em 16 de julho de 1627, pelo Papa Urbano VIII, que conhecia bem a sua trajetória por ter sido Bispo de Spoleto, diocese a que pertencia Cássia em vida. Mais duzentos e setenta e três anos foram necessários para que em 24 de maio de 1900, o então Papa Leão XIII a canonizasse solenemente, embora para o povo já fosse santa e modelo de santidade desde o ano de 1381.

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