Por que a LATAM está cobrindo aviões com ‘pele de tubarão’?

A adesão ao AeroSHARK faz parte da estratégia de modernização da LATAM, alinhada com a ambiciosa meta de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050 – Latam/Divulgação

Em um passo ousado rumo à aviação mais eficiente e sustentável, a LATAM tornou-se pioneira no continente ao implementar em sua frota de Boeing 777-300ER uma tecnologia inovadora baseada na natureza: o AeroSHARK, um adesivo transparente com microestruturas que imitam a pele dos tubarões.

A aplicação não é estética — trata-se de uma revolução silenciosa no desempenho aerodinâmico. Desenvolvido pela alemã Lufthansa Technik em parceria com a gigante química BASF, o filme adesivo reduz o arrasto do ar em voo ao reorganizar o fluxo ao redor da fuselagem e dos motores. O resultado? Menor consumo de combustível e, consequentemente, menos emissões de carbono.

A engenharia que nasce da natureza

A inspiração vem do oceano. Tubarões evoluíram para cortar a água com mínima resistência graças às minúsculas ranhuras em sua pele — os chamados riblets. Transpostos para a engenharia aeronáutica por meio da biomimética (ciência que adapta soluções da natureza para desafios humanos), esses sulcos foram recriados em uma película de apenas 50 micrômetros de espessura — pouco mais larga que um fio de cabelo humano.

Apesar de quase invisível, o impacto é palpável: até 1% de economia de combustível por aeronave. Pode parecer modesto à primeira vista, mas num setor em que cada centavo por litro de querosene conta, isso representa toneladas de economia e milhares de toneladas de CO₂ a menos por ano.

Economia que decola

No caso da frota de Boeing 777-300ER da LATAM — os maiores aviões da companhia, operando rotas de longo curso —, a economia esperada gira em torno de 2.000 toneladas de querosene por ano. Já a redução de CO₂ atinge a marca de 6.000 toneladas anuais — volume equivalente às emissões de cerca de 28 voos entre São Paulo e Miami.

O custo da aplicação, embora não divulgado pela empresa, é considerado pequeno diante da economia gerada, tornando-se um investimento com retorno garantido ao longo do tempo.

Avião da Latam

Certificada para voar

O AeroSHARK passou por mais de 1.500 horas de testes, voos experimentais e rigorosas certificações com autoridades reguladoras antes de ser liberado para uso comercial. A Lufthansa Cargo foi a primeira a equipar suas aeronaves — no caso, cargueiros Boeing 777F — ainda em 2022.

Agora, a LATAM segue os passos da inovação europeia, tornando-se a primeira da América Latina a voar com “pele de tubarão”.

Sustentabilidade em curso

A adesão ao AeroSHARK faz parte da estratégia de modernização da LATAM, alinhada com a ambiciosa meta de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050. Em um setor responsável por cerca de 2% das emissões globais, cada avanço técnico conta — ainda mais quando pode ser aplicado em larga escala sem depender de novas aeronaves ou grandes reformas estruturais.

Enquanto o mundo discute combustíveis sustentáveis e propulsão elétrica, soluções como o AeroSHARK provam que a inovação pode estar nos detalhes — ou, neste caso, nos microssulcos que mal podem ser vistos, mas fazem toda a diferença.

Na corrida por uma aviação mais verde e eficiente, parece que aprender com os tubarões foi um movimento de gênio.


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