
Santa Catarina volta a figurar no mapa de risco da gripe aviária com a notificação de um caso suspeito em uma granja comercial localizada em Ipumirim, no oeste do estado. A ocorrência, que está sob investigação, foi registrada oficialmente no painel do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e mobilizou uma série de medidas preventivas por parte das autoridades estaduais e municipais. Além de Santa Catarina, outros 4 estados estão sob monitoramento do governo federal.
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) confirmou que uma equipe técnica esteve no local da suspeita para avaliação dos sintomas apresentados pelas aves. Amostras foram colhidas e enviadas para análise laboratorial. Enquanto aguarda os resultados, o governo estadual mantém vigilância reforçada.
“Foi seguido todo o protocolo de biossegurança estabelecido para casos como esse. Ainda não temos confirmação, mas agimos de forma preventiva para evitar qualquer propagação”, declarou Celles Regina de Matos, presidente da Cidasc, em comunicado à imprensa.
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Barreira sanitária na divisa com o RS
Em resposta ao cenário epidemiológico no estado vizinho, onde já há casos confirmados da doença em Montenegro (granja comercial) e Sapucaia do Sul (zoológico), Santa Catarina determinou a proibição da entrada de aves vivas e ovos férteis oriundos de 12 municípios do Rio Grande do Sul.
A medida, publicada em nota técnica no domingo, 18, tem caráter emergencial e visa proteger o status sanitário catarinense — fundamental para manter sua posição como um dos maiores exportadores de carne de frango do Brasil.
Os municípios gaúchos incluídos na restrição são: Cachoeirinha, Canoas, Capela Santana, Esteio, Gravataí, Montenegro, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Triunfo. A proibição, entretanto, não se estende a produtos de origem animal de aves processados ou industrializados, com exceção de ovos comerciais das localidades listadas.
Segurança alimentar preservada
Embora o vírus da gripe aviária cause preocupação no setor produtivo e entre órgãos de vigilância, o Mapa reforça que o consumo de carne de frango e ovos segue seguro. “A doença não é transmitida por meio da ingestão desses alimentos, desde que provenientes de estabelecimentos inspecionados”, afirma o comunicado oficial.

O risco de transmissão a humanos é considerado baixo e está relacionado, majoritariamente, ao contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas. Ainda assim, o Brasil mantém ativo um plano nacional de contingência, que orienta ações rápidas de controle e prevenção.
Casos em monitoramento
Além de Ipumirim, outras cinco localidades no país têm casos suspeitos em análise: Aguiarnópolis (TO), Triunfo (RS), Gracho Cardoso (SE), Salitre (CE) e Nova Brasilândia (MT). A maioria envolve pequenas criações voltadas à subsistência, com exceção do caso catarinense e do tocantinense, ambos em granjas comerciais.
As autoridades sanitárias intensificaram a vigilância nas fronteiras estaduais, ampliaram a comunicação com produtores e reforçaram orientações para evitar o contato entre aves domésticas e silvestres — uma das principais vias de introdução do vírus nos plantéis comerciais.
Em meio ao aumento de possíveis focos da doença, Santa Catarina, único estado que faz fronteira direta com o Rio Grande do Sul, se vê diante do desafio de proteger sua cadeia produtiva diante de uma ameaça sanitária que, embora sob controle, requer ação imediata, coordenação interinstitucional e cooperação entre estados.
6 pontos cruciais sobre a gripe aviária
Pela primeira vez no Brasil, foi identificado o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma criação comercial de aves.
Em meio aos esforços das autoridades para conter o foco de transmissão, destacamos seis pontos importantes sobre a doença que você precisa saber.