
Sensação de ardência, dor ao urinar, vontade constante de ir ao banheiro e aquele desconforto de bexiga cheia. Quem já sofreu com esses sintomas sabe que a infecção urinária não é apenas incômoda — ela pode ser o sinal de algo mais sério, especialmente quando se torna frequente.
A chamada infecção urinária de repetição ocorre quando há três ou mais episódios em um ano, ou dois em um intervalo de seis meses. Nesse caso, a recomendação médica é clara: procurar um especialista para investigar causas ocultas e buscar um tratamento eficaz.
Segundo o Dr. Alexandre Sallum Bull, urologista e professor da Faculdade de Medicina da USP, o corpo está emitindo um sinal de alerta que não deve ser ignorado. “O urologista é quem pode ouvir esse pedido de socorro com a atenção que ele merece”, afirma o especialista.
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Causas ocultas da infecção urinária de repetição
Apesar da crença popular, infecção urinária recorrente não é sinal de má higiene — e muito menos culpa da paciente. Há uma série de fatores internos e fisiológicos que podem contribuir para o problema, como:
- Desequilíbrio da flora vaginal: o uso excessivo de sabonetes íntimos, antibióticos ou duchas pode alterar a microbiota natural e facilitar a entrada de bactérias.
- Mudanças hormonais da menopausa: a queda de estrogênio enfraquece a mucosa da uretra e da vagina, deixando-as mais suscetíveis a infecções.
- Relações sexuais: o atrito, a lubrificação inadequada ou o uso de espermicidas favorecem o deslocamento de bactérias até a uretra.
- Fatores anatômicos: a uretra curta e alterações na bexiga que dificultam o esvaziamento completo são características que aumentam o risco.
- Constipação intestinal: o intestino preso pode facilitar a proliferação de bactérias e a contaminação do trato urinário.
- Antibióticos sem exame de cultura: o uso repetido e inadequado pode causar resistência bacteriana e tornar os tratamentos ineficazes.
- Consequências para a saúde física e emocional
As infecções urinárias frequentes impactam não só o corpo, mas também o bem-estar emocional da mulher.Entre os principais efeitos estão:
- Cansaço físico e mental constante;
- Insegurança durante relações sexuais e queda da libido;
- Risco de infecção renal (pielonefrite);
- Uso contínuo de antibióticos, que afetam a flora intestinal e vaginal;
- Medo recorrente de sentir dor ou desenvolver novas crises.
Como tratar a infecção urinária recorrente
A boa notícia é que existe solução — e, na maioria dos casos, definitiva. O tratamento começa com uma investigação clínica completa, incluindo:
- Urocultura com antibiograma;
- Ultrassonografia do trato urinário;
- Avaliação hormonal, especialmente na menopausa;
- Estudo urodinâmico e cistoscopia, em casos mais complexos.
A abordagem terapêutica pode incluir:
- Uso de probióticos para restaurar a flora vaginal e urinária;
- Reposição hormonal local com estrogênio intravaginal;
- Antibiótico pós-relação sexual ou em baixa dose preventiva;
- Terapias com ácido hialurônico ou laser vaginal;
- Ajustes alimentares e intestinais;
- Imunoterapia oral com vacinas contra a bactéria E. coli.
Para o Dr. Bull, conviver com esse problema não deve ser uma opção: “Infecção urinária recorrente não é frescura nem má sorte. É um sinal de desequilíbrio que merece atenção, diagnóstico correto e tratamento de verdade”.
4 chás podem aliviar os sintomas da infeção urinária
Estudos indicam que camomila, cavalinha, dente-de-leão e uva-ursina possuem propriedades anti-inflamatórias e diuréticas. Esses chás naturais podem auxiliar no alívio da dor, ardência e urgência urinária, sintomas comuns da infeção urinária. Apesar dos benefícios, é essencial consultar um médico para diagnóstico e tratamento adequado. Clique aqui para saber mais.