O hormônio do crescimento (GH), conhecido por estimular o desenvolvimento dos tecidos do corpo, pode ter um papel muito além do crescimento físico. Segundo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e publicado no The Journal of Neuroscience, esse hormônio também exerce influência direta sobre a ansiedade.
A pesquisa, liderada pelo professor José Donato Júnior, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, demonstrou que o GH atua em áreas do cérebro associadas à regulação emocional, afetando positivamente o comportamento ansioso. O estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Experimentos com camundongos indicam novos caminhos para tratamentos
Os cientistas removeram o receptor do GH em neurônios que produzem somatostatina — um peptídeo que antagoniza os efeitos do hormônio. O resultado? Camundongos machos apresentaram comportamentos mais ansiosos, sugerindo que o GH exerce um efeito calmante nessas células cerebrais. Já nas fêmeas, essa alteração não causou o mesmo impacto, o que levanta novas questões sobre diferenças biológicas entre os sexos no contexto da ansiedade.
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Os testes de campo aberto, labirinto em cruz elevado e caixa claro-escuro — amplamente usados para avaliar comportamentos ansiosos em animais — também revelaram uma curiosa redução na memória do medo. Esses achados indicam que o GH pode influenciar não só o humor, mas também como o cérebro lida com experiências traumáticas.
A descoberta abre espaço para a criação de tratamentos inovadores contra transtornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. Ainda há muito a ser explorado, mas o caminho para novos ansiolíticos pode estar mais próximo do que se imaginava.
Transformando ansiedade em serenidade: técnica ganha espaço entre especialistas
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