Com 90 óbitos, câncer de pulmão é o que mais matou em Juiz de Fora no ano passado


Já neste ano, até o dia 12 de agosto, 35 registros da neoplasia foram registrados na cidade; principal fator de risco é o tabagismo e a exposição passiva. O câncer de pulmão é um dos mais recorrentes, e o consumo de tabaco está diretamente relacionado às suas altas taxas de incidência
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Com 90 óbitos, o câncer de pulmão é o que mais matou em 2023 em Juiz de Fora, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Já neste ano, até 12 de agosto foram 35 óbitos pela neoplasia.
O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer no mundo em homens e mulheres, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre 2023 e 2025, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 704 mil novos casos de câncer por ano no Brasil.
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A neoplasia acontece por um crescimento desordenado de células anormais no pulmão. Dependendo do tipo e estágio do câncer, ele pode afetar os tecidos sadios à sua volta.
Além disso, as células tumorais podem se espalhar por meio da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos para outras partes do corpo, dando origem a novos tumores, chamados de metástases.
🚬 Tabagismo é o principal fator de risco
A médica e cirurgiã torácica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), Juliana Dias Nascimento Ferreira, explica que o principal fator de risco é o tabagismo e a exposição passiva.
“Noventa por cento de todos os cânceres de pulmão estão relacionados ao tabaco, incluindo o vape. O paciente que fuma um maço por dia por 40 anos tem um risco 20 vezes maior de desenvolver a doença”, afirmou.
🩺 Diagnóstico precoce é desafio
Nas fases iniciais, o câncer de pulmão tem poucos sintomas, o que faz o diagnóstico precoce ser um desafio e, ao mesmo tempo, fundamental, pois permite um tratamento com maior possibilidade de cura.
Segundo a médica, 84% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em estágio avançado no Brasil, o que dificulta os tratamentos.
Juliana Dias informa, ainda, que a sobrevida global em cinco anos é de apenas 18%, mas os estudos mostram que o rastreamento do câncer de pulmão é uma forma efetiva de reduzir a mortalidade.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica recomenda que tabagistas ou ex- tabagistas de 50 a 80 anos que pararam há menos de 15 anos, com carga tabágica igual ou superior a 15 anos-maço, realizem exames, como tomografias computadorizadas de baixa dose de radiação, anualmente.
Para fazer a conta da carga tabágica basta multiplicar o número de maços por dia pelo número de anos.
“Dependendo dos achados no exame tomográfico, os pacientes podem ser encaminhados para biópsia, cirurgia ou acompanhamento clínico radiológico”, explica a profissional da saúde.
😷 Tosse é o sintoma mais comum
O sintoma mais comum é a tosse, que pode estar relacionada à bronquite crônica ou irritação devido ao tabagismo.
No entanto, se esse sintoma se agravar ou estiver acompanhado de sangue no escarro e falta de ar, é indispensável procurar um médico.
Outros sinais menos frequentes incluem:
perda de peso;
febre;
dor torácica.
🏥 Tratamento
O tratamento da doença depende do tipo e estágio, exigindo uma abordagem multidisciplinar e suporte ao paciente.
“Nas formas iniciais pode ser apenas cirúrgico e curativo, mas também pode ser com quimioterapia, imunoterapia, radioterapia ou associações entre eles”, relata a cirurgiã torácica.
A doença causa um grande impacto na vida do paciente, não apenas relacionados aos sintomas da doença e reações ao tratamento, mas também as condições psicológicas e piora na qualidade de vida.
Em Juiz de Fora, são conveniados para tratamento contra o câncer de pulmão:
Instituto Brasileiro de Gestão da Saúde (IBG, antigo Hospital João Felício);
Hospital 9 de Julho/Instituto Oncológico;
Ascomcer;
HU-UFJF.
*Estagiária sob supervisão de Victória Jenz
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