Um estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte acendeu um novo alerta sobre os perigos dos alimentos ultraprocessados. Além de estarem ligados a obesidade, diabetes tipo 2 e até alguns tipos de câncer, pesquisadores descobriram que o consumo excessivo desses produtos também está associado ao acúmulo de gordura nos músculos — o que pode comprometer mobilidade, força e qualidade de vida.
O que são alimentos ultraprocessados?
Alimentos ultraprocessados são produtos industrializados que contêm ingredientes artificiais como corantes, conservantes, emulsificantes, adoçantes e realçadores de sabor. Exemplos comuns incluem:
- Refrigerantes
- Biscoitos recheados
- Pratos congelados
- Salsichas e presunto
- Snacks salgados e doces industrializados
Esses itens são formulados para serem altamente palatáveis, mas geralmente pobres em nutrientes e ricos em açúcar, sódio e gorduras saturadas.
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Ultraprocessados e gordura intramuscular: o que o estudo descobriu
O estudo analisou 666 pessoas participantes da Iniciativa de Osteoartrite — um projeto de longo prazo focado na saúde das articulações. Nenhuma delas apresentava dor ou sinais de osteoartrite no início da pesquisa. Os participantes preencheram questionários sobre a dieta e realizaram ressonâncias magnéticas das coxas para medir a gordura intramuscular.
Os resultados revelaram uma ligação direta entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento de gordura nos músculos das coxas, independentemente de fatores como idade, sexo, índice de massa corporal e nível de atividade física.
Essa gordura intramuscular — conhecida como “grau de Goutallier” — pode parecer inofensiva, mas está associada à:
- Perda de força muscular
- Redução da mobilidade
- Maior risco de desenvolver osteoartrite
- Progressão de doenças crônicas como obesidade e diabetes
Como os ultraprocessados impactam os músculos
Segundo os pesquisadores, os alimentos ultraprocessados promovem alterações metabólicas e inflamatórias que afetam negativamente os tecidos musculares. Isso compromete a qualidade da musculatura, deixando-a mais propensa ao acúmulo de gordura entre as fibras, o que interfere na força e no funcionamento normal do corpo.
Mesmo que a ingestão calórica esteja controlada, os aditivos químicos, açúcares e gorduras de baixa qualidade presentes nesses alimentos podem afetar a saúde muscular.
O que fazer para proteger seus músculos?
Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender os mecanismos exatos dessa associação, os especialistas são unânimes: evitar alimentos ultraprocessados pode melhorar a saúde muscular e articular.
Além disso, adotar um estilo de vida saudável com foco na alimentação natural e na prática de atividades físicas é essencial. Veja algumas recomendações práticas:
- Reduza ao máximo os ultraprocessados: troque refrigerantes por água com gás, lanches industrializados por frutas ou oleaginosas.
- Priorize alimentos naturais: frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras, azeite, nozes e sementes devem ser a base da alimentação.
- Inclua exercícios de força na rotina: musculação, pilates e treinos com peso corporal ajudam a manter a massa magra e reduzir a gordura intramuscular.
- Fique atento ao rótulo: evite produtos com listas longas de ingredientes artificiais.