Eleição para vereador: região de Campinas tem média de 13 candidatos por cadeira, e 82% dos parlamentares tentam se reeleger


Levantamento mostra cenário menos concorrido nas Eleições Municipais de 2024 em comparação a 2020. Prédio da Câmara dos Vereadores de Campinas
Marcelo Gaudio/g1

A partir de 2025, as Câmaras Municipais da região de Campinas (SP) contarão com 400 vereadores. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 5.338 candidatos estão na disputa, o que indica uma média de 13 candidatos por vaga.
O levantamento realizado pelo g1 inclui as 31 cidades da área de cobertura e mostra que, nas Eleições Municipais de 2024, o cenário é menos concorrido que o observado em 2020, quando a média era de 17 candidatos para cada vaga de vereador.
Naquele ano eram 6.798 para 391 cadeiras – o número aumentou devido ao crescimento populacional de algumas cidades. Parte dessas vagas também é disputada por vereadores que foram eleitos há quatro anos e que buscam a reeleição (veja detalhes abaixo).
📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp
Números por cidade
Em Artur Nogueira (SP), que tem o legislativo mais concorrido, são 19,4 candidatos para cada uma das 12 vagas na Câmara Municipal.
Depois vem a cidade de Sumaré (SP), com média de 19,2, seguida por Campinas (SP), onde há 18,8 candidatos para cada uma das 33 cadeiras.
As disputas menos apertadas ocorrem em Lindóia (SP) e Santo Antônio do Jardim (SP), que têm, respectivamente, médias de 4,4 e 5 concorrentes por vaga.
Relembre: Nas eleições de 2020, a corrida pelo cargo deu à metrópole campineira uma média de 28,6 candidatos por vaga. À época, o menor índice ficou em Pedra Bela, com 5,3.

Em busca da reeleição
Na corrida por uma vaga, também estão aqueles que foram eleitos em 2020 e tentam permanecer no cargo nos próximos quatro anos: 82% dos vereadores atuais concorrem à reeleição.
Em números absolutos, são 326 concorrentes. Do total, 273 são homens e 53 mulheres. O levantamento indica ainda que 65% desses candidatos mudaram de partido desde as últimas eleições.
📢 Importante: o balanço leva em consideração o número de candidatos eleitos ao final das votações de 2020, independentemente se assumiram o cargo ou se permanecem nele em 2024.

O g1 ouviu cientistas políticos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sobre o alto índice de candidatos buscando a reeleição. O professor Oswaldo Amaral avalia que o eleitor deve ver o cenário como uma oportunidade de “exercer o poder que ele tem de recompensar ou punir aquele candidato pela atuação dele no período anterior”.
“A reeleição em si, ou bastante tempo numa câmara de vereadores, não é necessariamente ruim, porque a atividade de legislar é uma atividade complexa que exige um conhecimento técnico […] é bom que as pessoas consigam ter experiência para fazer mandatos melhores, projetos melhores, melhorar a legislação da cidade e mesmo auxiliar também na construção dos serviços públicos”, pontua.
“Qual é o ponto? O ponto é que algum tipo de informação o eleitor precisa ter, ou seja, o que é importante nesse caso é tentar buscar, tentar ver o que aquele vereador fez naquele período”.
Paulo de Tarso da Silva Santos também defende este argumento e acrescenta que o eleitorado deve ficar atento: é preciso saber analisar se a busca incessante pela reeleição é resultado da vontade de fazer pelo povo ou se é um “trampolim” usado pelo candidato como forma de ascensão pessoal.
“Existe o vereador que se mantém fiel ao seu histórico ideológico e aquele que busca sua auto preservação e manutenção na Câmara. Este é o eterno embate entre os que continuam lutando por causas humanitárias e progressistas e aquele que será mais pragmático em defender seus interesses pessoais ou de classe”.
“De certa forma isso explica por que, culturalmente, se disseminam ideias de que ‘política não se discute’. Por estes e por outros motivos, considero que educação política deve ser introduzida nos currículos escolares desde o ensino médio. É preciso formar cidadãos com consciência de suas decisões, mas é preciso instrumentalizá-lo com conhecimento e Ciência”.
O que define o número de vagas nas câmaras?
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o número de vagas é definido pela Lei Orgânica de cada município, respeitando o limite máximo estabelecido pela Constituição Federal (art. 29, inciso IV), e varia de acordo com o número de habitantes.
Dessa forma, a relação é a seguinte:
Relação entre o número de habitantes e o total de vereadores em uma cidade
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região

Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.