Passar o dia sentado faz mal à saúde? A ciência explica

Ignorar os riscos do sedentarismo é fechar os olhos para um problema crescente de saúde pública – iStock/AndreyPopov

Em um mundo hiperconectado, onde é possível trabalhar, estudar, fazer compras e se entreter sem sair do lugar, a comodidade trouxe consigo um inimigo silencioso: o sedentarismo.

Passar horas sentado, seja em frente ao computador, assistindo à TV ou rolando o feed do celular, tornou-se uma prática corriqueira. No entanto, esse comportamento aparentemente inofensivo tem consequências graves para a saúde — e nem mesmo a rotina de exercícios intensos é capaz de neutralizar totalmente os danos.

Não basta malhar: o corpo exige movimento constante

Estudos recentes desafiam a ideia de que algumas horas de academia são suficientes para compensar o tempo gasto sentado. De acordo com uma pesquisa publicada no Journal of the American College of Cardiology, permanecer mais de oito horas por dia sentado pode aumentar significativamente o risco de doenças cardiovasculares, mesmo entre pessoas fisicamente ativas.

O motivo? A inatividade prolongada desacelera o metabolismo, comprometendo a capacidade do corpo de processar gorduras e açúcares, o que favorece o acúmulo de colesterol e o entupimento das artérias.

Doença cardíaca, diabetes e obesidade: o trio do sedentarismo

O estilo de vida sedentário está intimamente ligado ao ganho de peso e a distúrbios metabólicos, como o diabetes tipo 2. Permanecer muito tempo sentado reduz drasticamente a queima calórica e favorece o acúmulo de gordura abdominal — considerada uma das mais perigosas para a saúde cardiovascular.

Sedentarismo é um dos fatores que contribuem para a demência – stray_cat/iStock

Segundo a revista Diabetologia, indivíduos que passam longos períodos sentados têm um risco 112% maior de desenvolver diabetes tipo 2. Isso ocorre porque a eficácia da insulina é prejudicada, dificultando o controle dos níveis de glicose no sangue.

O impacto na saúde mental é real — e alarmante

O sedentarismo também afeta o cérebro. A ausência de movimento reduz a produção de endorfinas, neurotransmissores que promovem a sensação de bem-estar, deixando o organismo mais vulnerável a transtornos como ansiedade e depressão.

Um estudo da American Journal of Preventive Medicine apontou que pessoas que passam muitas horas sentadas apresentam maior propensão a desenvolver problemas de saúde mental. A combinação de inatividade, estresse e sono de má qualidade forma um ciclo difícil de romper.

Desconfortos físicos são o primeiro sinal de alerta

Além dos efeitos invisíveis, o sedentarismo cobra seu preço em forma de dores e desconfortos físicos. Dores lombares, tensão cervical e rigidez nos ombros são queixas frequentes entre quem passa o dia diante de telas. A má postura, somada à falta de alongamento e fortalecimento muscular, pode desencadear problemas mais sérios, como hérnias de disco e compressões nervosas.

Seu corpo pede movimento

A boa notícia é que pequenas mudanças de hábito podem trazer grandes benefícios. Alternar momentos sentado com pausas para caminhar, adotar mesas reguláveis, alongar-se ao longo do dia e priorizar atividades físicas regulares são atitudes simples, mas eficazes. O ideal é incorporar o movimento à rotina, tornando-o parte natural do dia a dia, e não apenas uma obrigação pontual na academia.  

Ignorar os riscos do sedentarismo é fechar os olhos para um problema crescente de saúde pública. Em tempos de praticidade digital, o desafio é reaprender a movimentar-se — não apenas por estética, mas por saúde e qualidade de vida. Levante-se, alongue-se, caminhe. Seu corpo agradecerá cada passo.

Outras dicas de Saúde na Catraca Livre  

Uma pesquisa da Universidade William Paterson, em Nova Jersey, Estados Unidos, desafiou conceitos tradicionais sobre nutrição ao identificar os dez vegetais mais saudáveis do mundo. Surpreendentemente, a maioria desses superalimentos é de cor verde, oferecendo uma densidade nutricional excepcional com baixo teor calórico. Descubra quais são os 10 vegetais mais saudáveis do mundo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.