Brasil vai ao pódio dez vezes no 3° dia nas Paraolimpíadas de Paris

No 3° dia das Paraolimpíadas de Paris, neste sábado (31), o Brasil foi 10 vezes ao pódio. O país segue em terceiro no quadro de medalhas e, neste domingo (1°), pode chegar à marca de 400 pódios em Jogos Paralímpicos.

No 3° dia das Paraolimpíadas de Paris, o Brasil foi 10 vezes ao pódio. O país, neste domingo, pode chegar à marca de 400 pódios. – Foto: Silvio Avila/CPB

Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil conquistou dez medalhas em Paris. Na natação, Carol Santiago levou o ouro nos 100m costas S12 (deficiência visual) e Gabriel Araújo, o Gabrielzinho nos 50m costas, na classe S2 (limitações físico-motoras); e, no atletismo, com Fernanda Yara, nos 400m T47 (deficiência nos membros superiores).

Além das três medalhas douradas, o Brasil conquistou neste sábado duas pratas e cinco bronzes. Em comum a todas elas, a presença do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal.

Com isso, o país se manteve na terceira posição no quadro de medalhas em Paris, agora com 23 medalhas (oito ouros, três pratas e 12 bronzes), atrás apenas da China (20 ouros e 42 pódios) e da Grã-Bretanha (11 ouros e 25 medalhas).

Em toda a história das Paralimpíadas, o Brasil soma, até aqui, 396 medalhas. E a expectativa é de que neste domingo o país possa chegar (ou superar) a emblemática marca de 400 pódios na competição.

Carol Soberana:

A pernambucana Carol Santiago já tinha um histórico surreal em Jogos Paralímpicos. Na edição de Tóquio, disputou seis provas e foi ao pódio cinco vezes, com três ouros, uma prata e um bronze.

Em Paris, ela veio com um programa ainda maior, com sete provas para disputar. Neste sábado, conquistou o primeiro ouro, nos 100 m costas da Classe S12, e se tornou a brasileira mais premiada da história do megaevento, com quatro ouros, ao lado de Ádria Santos, do atletismo.

Na prova deste sábado, Carol terminou com novo recorde das Américas, que já era dela. A prata ficou com a ucraniana Anna Stetsenko e o bronze com a espanhola Maria Delgado Nadal.

Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Ela praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico.

Bi de Gabrielzinho:

O nadador mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, voltou à piscina da Arena La Défense, em Paris, neste sábado e conquistou a segunda medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos, ao vencer os 50 m costas na classe S2 (limitações físico-motoras), novo recorde das Américas na prova.

Vladimir Danilenko, da delegação de Atletas Paralímpicos Neutros (NPA), ganhou a prata e o chileno Alberto Caroly Abara Diaz levou o bronze. Ainda na natação, o brasiliense Wendell Belarmino conquistou a prata nos 50m livre S11, destinada a atletas com deficiência visual.

Gabriel tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas, e conheceu a natação por meio de um professor de Educação Física da escola onde estudava, nos Jogos Escolares de Minas Gerais.

Dobradinha brasileira:

A paraense Fernanda Yara venceu os 400 m T47 (amputados de braço) e sagrou-se campeã paralímpica pela primeira vez na carreira. Ela fez seu melhor tempo pessoal na prova.

Outra brasileira, a potiguar Maria Clara Augusto, completou o pódio na terceira colocação também sua melhor marca pessoal na disputa. Ambas conquistaram pela primeira vez uma medalha em Jogos Paralímpicos.

Quinta medalha nas Paraolimpíadas de Paris:

A potiguar Thalita Simplício conquistou a medalha de prata nos 400m T11 (deficiência visual). Ela chegou na segunda colocação, com o tempo de 57s21, sua melhor marca na temporada.

O resultado marcou a quinta medalha paralímpica de Thalita na carreira. Ela repetiu o resultado que havia conquistado em Tóquio 2020, quando foi prata na mesma prova.

O atletismo ainda assegurou três bronzes para o Brasil neste sábado, com o paraibano Joeferson Marinho nos 100m T12 (deficiência visual), a potiguar Maria Clara Augusto, nos 400m T47 (deficiência nos membros superiores), e o paraibano Cícero Valdiran Nobre no lançamento de dardo F57, destinado a atletas que competem sentados (sequelas de poliomielite, lesões medulares, amputações).

Já a baiana Edneusa Santos completou a final dos 1500m da classe T13 (deficiência visual) na 11ª colocação, com 5min16s28. Foi o melhor tempo dela na temporada. Ela ainda participa da maratona, sua prova principal, nos Jogos de Paris.

Bruna Alexandre e Danielle Rauen adicionaram o terceiro bronze paralímpico ao currículo. Foto: Wander Roberto/CPB

Bronzes no tênis de mesa:

Bruna Alexandre e Danielle Rauen lutaram, criaram chances, tiveram oportunidades, mas em cada parcial da semifinal contra as australianas Qian Yang e Lina Lei faltou um detalhe, passar uma bola a mais, uma precisão no golpe.

Com isso, as medalhistas de bronze por equipes nos Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021 adicionaram mais um bronze ao currículo. Superadas por 3 sets a 0 (11/8, 11/9 e 12/10), em 24 minutos de partida, elas ficaram com a terceira colocação nas duplas WD20, porque nos Jogos Paralímpicos não há disputa pelo bronze no tênis de mesa.

As duas ainda voltam à mesa em Paris para as disputas individuais. Bruna na classe 10. Danielle na classe 9. No tênis de mesa, as classes para “andantes” vão de 6 a 10. Quanto menor o número, maior a restrição de mobilidade do atleta.

Cláudio Massad e Luiz Felipe Manara encerraram campanha histórica na semifinal e asseguraram o bronze. Foto: Wander Roberto/CPB

Nas duplas masculinas da classe MD18, os paulistas Cláudio Massad e Luiz Felipe Manara encerraram uma campanha histórica também na semifinal e asseguraram o bronze.

Eles foram derrotados por 3 sets a 1 pelos chineses Chaodong Liu e Yiqing Zhao (China). As parciais foram 11/5/, 11/4, 9/11 e 11/8. No caminho até o pódio, os brasileiros superaram a dupla espanhola número um do mundo e passaram por uma parceria de franceses.

Os dois ainda disputam a chave de simples. Massad na classe 10. Manara na classe 8.

Taekwondo:

No último dia de disputas do taekwondo em Paris, a paulista Débora Menezes, da categoria acima de 65 kg, venceu a espanhola Dalila Santiago, por 17 a 15, e avançou para as semifinais. Nesta fase, no entanto, foi derrotada pela uzbeque Guljonoy Naimova, por 9 a 3.

Na disputa pelo bronze, em uma luta equilibrada contra a marroquina Rajae Akermach, na qual Débora chegou a empatar em 9 a 9, após estar perdendo por 9 a 2, a brasileira acabou superada por 24 a 15, no Grand Palais, e encerrou sua participação sem medalha. Débora havia sido prata nos Jogos de Tóquio 2020.

Já o mineiro Claro Lopes, da categoria até 80 kg, perdeu nas oitavas de final para o croata Nikola Spajic, por 20 a 5, e ficou fora da disputa por medalhas. Desta forma, o Brasil encerrou sua participação na modalidade com um ouro, da mineira Ana Carolina Moura (até 65 kg), e um bronze, da paraibana Silvana Fernandes (até 57kg).

Goalball:

O Brasil encerrou neste sábado a participação na fase de grupos do torneio de goalball em Paris. A Seleção masculina empatou em 7 a 7 com o Irã, enquanto o time feminino sofreu uma derrota para a China, por 3 a 1.

As duas equipes folgam na rodada deste domingo e aguardam pelos adversários das quartas de final, que serão disputadas na Arena Paris 6, na segunda e terça.

Entre os homens, o Brasil venceu dois compromissos (Estados Unidos e França), empatou um (Irã) e somou sete pontos.

Já as mulheres ficaram na última posição do Grupo C, com um empate (Turquia) e duas derrotas (Israel e China), e deverão encontrar as japonesas, que lideram a chave, no primeiro jogo eliminatório da competição.

Remo:

A remadora Claudia Cícero dos Santos é finalista dos Jogos Paralímpicos de Paris. A atleta disputou na manhã deste sábado a prova PR1 no Estádio Náutico de Vaires Sur Marne e se qualificou para a “Final A”.

A prova decisiva será neste domingo, às 6h10. Essa é a quinta edição de Jogos de Claudia. Em Pequim 2008, ela ficou em sexto lugar. Foi quarto lugar em Londres 2012, sexto no Rio de Janeiro 2016 e sexto também em Tóquio 2021.

Bolsa atleta e as Paraolimpíadas de Paris:

Dos 280 atletas brasileiros em Paris em 20 modalidades, 274 (97,8%) integram o Bolsa Atleta do Governo Federal. Dos seis que não fazem parte atualmente, quatro já estiveram em editais anteriores. Os outros dois são guias, que correm ao lado de atletas com deficiência visual.

O primeiro edital do Bolsa Atleta em que atletas-guia puderam ser contemplados foi o de dezembro de 2023, após a aprovação da Lei Geral do Esporte.

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