No domingo (4), a Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou ter descoberto um plano de ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga, realizado no sábado (3), em Copacabana, que reuniu mais de 2 milhões de pessoas.
Foto: fotos: Polícia Civil
Para impedir o atentado, a operação Fake Monster foi deflagrada em diversos estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de São Sebastião do Caí e Novo Hamburgo.
Durante o cumprimento de um mandado no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, agentes da Polícia Civil gaúcha encontraram três armas de fogo na casa de um dos investigados. O hamburguense foi apontado como o líder do plano, cujos alvos seriam adolescentes e o público LGBTQIA+.
Como as armas apreendidas estavam “frias” (sem registro ou com registro vencido), o investigado foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. No entanto, foi liberado no mesmo dia após pagar fiança de R$ 1.518, equivalente ao valor do salário mínimo.
Na audiência de custódia, realizada ainda no domingo (4), a juíza Fabiana Pagel decretou a prisão preventiva do homem por entender que ele representava risco à ordem pública, considerando o contexto da acusação: liderança de grupo extremista e posse de três armas de fogo.
Na segunda-feira (5), agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo cumpriram o mandado de prisão preventiva. Desde então, ele está detido na carceragem do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), considerado um presídio temporário.
Na noite de terça-feira (6), familiares do investigado se mobilizaram em frente à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo pedindo justiça. Com cartazes e gritos, afirmaram que Luis Fabiano da Silva, de 49 anos, é inocente. Foram os próprios familiares que revelaram o nome do homem, que trabalha como vigilante de escolta armada.
Já nesta quarta-feira (7), o jornal O Globo publicou uma reportagem afirmando que Silva teria sido deportado dos Estados Unidos após viver por 27 anos de forma clandestina no país. O pai e a esposa dele negam a informação. Eles também apresentaram explicações sobre a origem das armas apreendidas.
“Ele tinha uma arma (a pistola) para defesa pessoal, que ficava em casa. O Fabiano tem registro dessa arma, é legalizada, mas o porte venceu e ele não renovou porque estamos passando por dificuldades financeiras”, relatou Franciele Silva, 36 anos, esposa do vigilante há 13 anos.
Segundo a família, as outras duas armas são heranças. Uma delas — o revólver calibre 38 — foi recebida recentemente de uma tia, após a morte de um tio. “O revólver, o 38, era do meu irmão Arlindo da Silva, que faleceu logo depois da enchente (de maio de 2024), e minha cunhada deu para o Fabiano de presente. Ele trouxe para casa e tinha a intenção de registrar ela. E aquela pistolinha pequenininha (calibre 22) foi o meu sobrinho quem trouxe depois que meu cunhado e minha irmã faleceram”, detalha o aposentado Florentino da Silva, 82 anos, pai do vigilante.