VSR em alta: os primeiros sintomas e os cuidados que os pais devem ter com seus bebês

Com a chegada do outono e a queda das temperaturas, os vírus respiratórios voltam a circular com mais intensidade — e entre eles, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) merece atenção especial dos pais. Segundo o último boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), houve um aumento significativo da circulação do VSR em diversas regiões do Brasil, elevando os casos de bronquiolite e internações infantis por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

O VSR é hoje o principal causador da bronquiolite em bebês, uma infecção que atinge os bronquíolos — pequenas vias aéreas dos pulmões — e pode evoluir rapidamente de um quadro leve para uma condição grave. O alerta vale especialmente para crianças com menos de 6 meses, prematuros ou aquelas com condições respiratórias ou cardíacas crônicas.

Sintomas iniciais da bronquiolite: o que observar?

A bronquiolite costuma começar de forma sutil, com sinais parecidos com os de um resfriado comum. Fique atento se seu bebê apresentar:

  • Nariz entupido
  • Coriza
  • Tosse persistente
  • Espirros
  • Febre (pode ou não ocorrer)

Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem em 8 a 15 dias. No entanto, em cerca de 1 em cada 3 bebês infectados, o quadro pode se agravar entre o terceiro e o quinto dia, com os seguintes sinais de alerta:

  • Dificuldade para respirar
  • Respiração rápida e ofegante
  • Chiado no peito
  • Queda da saturação de oxigênio
  • Falta de apetite ou dificuldade para mamar

Esses sintomas indicam possível comprometimento pulmonar e requerem avaliação médica imediata.

O aumento da circulação do VSR exige atenção redobrada, especialmente em famílias com bebês pequenos. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada para profissional)

Quais os riscos da bronquiolite grave?

Nos casos mais graves, a bronquiolite pode levar a:

  • Desidratação
  • Pneumonia
  • Apneia (pausas na respiração)
  • Insuficiência respiratória
  • Infecções bacterianas secundárias, como otite
  • Bebês com menos de 3 meses, prematuros ou com doenças como fibrose cística e displasia broncopulmonar estão entre os grupos de risco para essas complicações.

Como é feito o tratamento?

A maioria dos casos leves pode ser tratada em casa, com hidratação adequada, controle da febre e cuidados respiratórios. Contudo, nos casos mais graves, pode ser necessária a internação para suporte com oxigênio, soro intravenoso e fisioterapia respiratória.

Prevenção: vacinas e anticorpos monoclonais

Desde 2023, o Brasil conta com a vacina Abrysvo, indicada para gestantes com o objetivo de proteger os bebês desde o nascimento até os 6 meses. Ela está disponível na rede privada, com previsão de inclusão no SUS.

Além disso, para bebês do grupo de risco, o anticorpo monoclonal Palivizumabe pode ser administrado em cinco doses durante o outono e inverno. Outra novidade é o Beyfortus, recentemente incorporado ao Programa Nacional de Imunização. Diferente da vacina, ele fornece diretamente ao bebê os anticorpos prontos para combater o VSR, sem depender da resposta do sistema imunológico da criança.

Em casos mais graves de infecção por VSR, pode ser necessária a internação. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada para profissional)

Dicas para evitar a transmissão do VSR

  • Evite locais fechados e aglomerações com o bebê
  • Mantenha a higiene frequente das mãos
  • Não permita que pessoas gripadas se aproximem do bebê
  • Mantenha o calendário de vacinação atualizado
  • Higienize brinquedos e objetos de uso frequente
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