Comunidade rural de Manaus ganha sistema de tratamento após mais de 30 anos usando água diretamente do Rio Negro; VÍDEO


Antes, os moradores da comunidade Agrovila precisavam percorrer longas distâncias para buscar água na única fonte disponível. Projeto leva água potável para a zona rural de Manaus
“Essencial para a gente.” Assim o pescador Dionísio de Aguiar ressaltou a importância da água para os moradores da Comunidade Agrovila, na Zona Rural de Manaus. Na manhã de sexta-feira (30), foi inaugurado o sistema de água tratada do programa “Água Boa” no local, onde a população usava água diretamente do Rio Negro há mais de 30 anos.
A iniciativa busca fornecer a água potável tão necessária para a comunidade, que até então não tinha acesso a esse recurso vital.
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Comunidade da Zona Rural de Manaus recebe sistema de água tratada.
Patrick Marques/g1 AM
Os moradores relataram ao g1 que a comunidade, existente desde os anos 90 e com cerca de 180 pessoas, enfrentava dificuldades para obter água. Eles coletavam água do Rio Negro e realizavam um tratamento caseiro para reduzir os riscos de consumo.
O único ponto de abastecimento era um poço localizado em uma escola municipal, para o qual precisavam caminhar longas distâncias e retornar carregando baldes.
Dionísio, residente da comunidade Agrovila há mais de 20 anos, recorda as dificuldades enfrentadas junto com sua esposa para encher a caixa d’água de sua casa.
“Tínhamos que carregar água no balde, equilibrar na cabeça para encher o camburão. Antigamente, nem luz tínhamos. Água é vital para a gente. Sem ela, como sobreviveríamos, tomar banho ou fazer as tarefas diárias? A água é essencial”, afirmou o pescador.
Pescador Dionísio de Aguiar mora na comunidade Agrovila.
Patrick Marques/g1 AM
Assim como o pescador, a agricultora Lenir dos Santos também relatou que a maior dificuldade que ela e a família tinham era de buscar água onde ficava o poço todos os dias. Uma tarefa que era cansativa, para terem em casa o insumo que é essencial para a vida.
“A gente acordava 7 horas todos os dias. Aí a gente descia pra lá, aí subia com o balde. Era todos os dias. Era uma caminhada longa”, lembrou Lenir.
Comunidade da Zona Rural de Manaus recebe sistema de água tratada.
Patrick Marques/g1 AM
Projeto “Água Boa”
Na manhã desta sexta-feira (30), o Governo do Amazonas inaugurou o projeto “Água Boa”, na comunidade. Através de um sistema que foi montado em uma das principais vias do local, os moradores vão poder ir até lá e ter acesso a água tratada.
“A comunidade vai poder vir aqui para ter água de qualidade. Ela é captada de um poço. A comunidade tomava água direto do poço e ela não estava própria para o consumo de acordo com a avaliação que foi feita pelos nossos técnicos. Então, a gente vai pegar essa água e tá purificando a água e entregando uma água potável para garantir, sobretudo, a saúde das crianças e também dos idosos”, informou o governador Wilson Lima.
Governador do Amazonas, Wilson Lima, participou do lançamento do projeto “Água Boa”.
Patrick Marques/g1 AM
Idealizado e implementado em 2019, o projeto Água Boa conta com unidades implantadas pela Defesa Civil do Amazonas e pela Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama). Atualmente, 549 sistemas já foram instalados em 52 municípios do estado, beneficiando mais de 160 mil pessoas.
Os sistemas de abastecimento de água incluem duas caixas d’água com purificadores projetados para eliminar impurezas, bactérias e outros contaminantes da água, garantindo que os moradores tenham acesso a água limpa e segura para consumo diário. Cada sistema pode atender até 1.000 pessoas por dia.
Comunidade da Zona Rural de Manaus recebe sistema de água tratada.
Patrick Marques/g1 AM
Logo após a inauguração da base do “Água Boa” na comunidade, os moradores já puderam ter acesso à água potável que agora vai estar disponível para melhorar a qualidade de vida deles.
“Tinha um certo horário para pegar água todos os dias. Agora, com essa caixa, vai melhorar muito para os moradores das redondezas que precisam andar. Agora, vai melhorar bastante”, afirmou o pescador Anselmo Coelho, um dos mais de 180 moradores da comunidade.
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