Pai de vítima da tragédia do voo 3054 fala sobre a estreia do documentário Congonhas

Estreia nesta quarta-feira (23), na Netflix, serviço de streaming de vídeo por assinatura, a série documental Congonhas – Tragédia Anunciada, que traz a história do trágico acidente do voo 3054 da TAM, as transformações provocadas na aviação brasileira e o impacto sobre as famílias das vítimas.

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O airbus A320 partiu de Porto Alegre rumo ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 17 de julho de 2007. Ao chegar no destino, tocando a pista molhada do aeroporto, o avião não parou, atravessou a Avenida Washington Luís e colidiu com um prédio da própria companhia aérea. O acidente matou 199 pessoas, 187 que estavam na aeronave, 11 que trabalhavam no prédio da TAM Express e um taxista que estava no posto de gasolina ao lado – tornando-se o maior acidente aéreo do País.

O documentário, dirigido por Angelo Defanti, conta com três episódios, e busca ampliar e aprofundar o debate, passando desde o drama e a dor das famílias atingidas, aos aspectos econômicos, administrativos e até políticos.

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Depoimento

Entre as vítimas, estavam diversos gaúchos, como a jovem Rebecca Haddad, de apenas 14 anos, que viajava para passar as férias escolares na casa da vó da amiga, Thaís Volpi Scott, também de 14 anos. Rebecca e Thaís moravam em São Leopoldo.

Pai de Rebecca e vice-presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa), Christophe Alfred Haddad, 58, é um dos familiares que participa do documentário. Ele conta que recebeu com surpresa a informação de que a Netflix produziria uma série sobre a tragédia. “Quando soubemos que eles queriam fazer esse documentário, pensei: ‘que pelo menos tenha palavras minhas incluídas’. Quis participar, dar minha colaboração”, comentou. O depoimento de Haddad foi gravado num estúdio em São Paulo, em outubro de 2023.

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“Grande expectativa”

“Foi uma gravação bastante comprida, falei durante uma hora e meia. Falei sobre muita coisa: sobre a vida da minha filha, sobre minha vida na aviação, sobre o acidente em si, sobre o pós, sobre o atendimento da companhia aérea depois”, relata Haddad, que já trabalhou como comissário de voo.

“Óbvio que não vão colocar tudo, por isso há uma expectativa de saber daquilo tudo, juntando com o que outros convidados falaram, o que realmente vai aparecer”, disse. “É uma grande expectativa por motivos emocionais e pela parte técnica, pra ver o que vão pinçar, que lado vão apontar, o que esse documentário vai querer dizer no fim das contas, que mensagem ele vai querer deixar”, complementou Haddad.

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