A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, pela primeira vez no Brasil, um medicamento que promete retardar a progressão do Alzheimer. Trata-se do Kisunla (donanemabe), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, voltado para o tratamento dos estágios iniciais da doença.
O próximo passo antes da chegada do medicamento ao país é a aprovação do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Isso pode levar até 90 dias. Nos Estados Unidos, onde o medicamento já está aprovado, o tratamento chega 172 mil reais ao ano.
Como o medicamento atua no combate ao Alzheimer?
O donanemabe é uma imunoterapia direcionada à remoção da proteína beta-amiloide, um dos principais marcadores biológicos do Alzheimer. A substância se acumula no cérebro e está associada ao declínio cognitivo característico da doença. O medicamento ensina o sistema imunológico a identificar e remover essas placas, ajudando a conter o avanço dos sintomas.
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A terapia é indicada para pacientes com comprometimento cognitivo leve (CCL) e patologia amiloide confirmada. Isso significa que o medicamento não é indicado para todas as fases da doença, mas sim para pessoas em estágios iniciais, quando os danos ao cérebro ainda são limitados e a resposta ao tratamento pode ser mais eficaz.

Resultados promissores em estudos clínicos
Em estudos clínicos de fase avançada, o donanemabe demonstrou resultados expressivos. Cerca de 75% dos participantes tratados com a medicação conseguiram eliminar com sucesso as placas de amiloide de seus cérebros. Além disso, os dados mostram:
- Redução de até 35% no declínio cognitivo e funcional em comparação com o placebo.
- Redução de até 39% no risco de progressão para estágios mais avançados da doença.
Esses números colocam o donanemabe como uma alternativa real no combate ao Alzheimer, especialmente em um cenário em que a maioria dos tratamentos atuais apenas ameniza sintomas sem interferir na progressão da doença.
Como é administrado o novo medicamento?
O donanemabe é um medicamento injetável, administrado por infusão intravenosa mensal. O tratamento tem duração máxima de 18 meses, embora aproximadamente metade dos pacientes no estudo clínico tenha conseguido completar o tratamento em 12 meses. As sessões de infusão duram cerca de 30 minutos.
Essa característica de tempo limitado de tratamento diferencia o medicamento de outras terapias contínuas, tornando-o mais conveniente, embora ainda exija um ambiente clínico controlado para aplicação.
Limitações e desafios
Especialistas destacam que, embora o medicamento represente um marco no tratamento do Alzheimer, a expectativa precisa ser ajustada. O medicamento não reverte os sintomas da doença e os benefícios perceptíveis para o paciente são limitados. Sua principal função é retardar o avanço do comprometimento cognitivo, oferecendo uma janela maior de autonomia e qualidade de vida nos estágios iniciais.
Outro obstáculo importante é o custo elevado do tratamento. Nos Estados Unidos, o valor anual pode chegar a US$ 36 mil (cerca de R$ 172 mil), além dos custos associados a exames, monitoramento e hospitalização. A necessidade de administração em ambiente hospitalar também limita o acesso a pacientes em regiões com menos infraestrutura de saúde.