A imprevisibilidade quanto ao reinício da segunda obra prometida para o “trecho da morte” da BR-116, na altura da Incopel, voltou ao centro do debate público após mais um acidente com vítima fatal no trecho de Estância Velha, próximo ao limite com Ivoti.
Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial
Na última sexta-feira (18), a motociclista Karine Louise Friedrich, 43 anos, morreu depois de ser atingida frontalmente por um veículo Mercedes-Benz GLA250 que invadiu a pista contrária, logo após a antiga Boate Kilômetro. O caso reacendeu cobranças da população por medidas de segurança na rodovia, especialmente nos trechos já identificados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) como críticos.
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“É claro que a imprudência é o que provoca esses acidentes, mas o Dnit também deve ser responsabilizado pelas mortes nesse trecho, porque está sabendo do problema e até tem uma ideia de como solucionar, mas não age”, opina o caminhoneiro Baltar Arceno, 48.
Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial
A repercussão do caso nas redes sociais foi instantânea, provocando reações diversas da população sobre os perigos no trecho. Uma das manifestações foi do técnico em química Jorbi Vega, que chama a atenção para o breu no trecho, que se soma à necessidade de investimentos de infraestrutura já prometidos. “Esse trecho precisa de mais sinalização e iluminação”, escreveu.
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Obra prevista busca estimular redução da velocidade no trecho
O projeto da obra prevista no quilômetro 232 consiste na construção de uma rótula alongada com o objetivo principal de provocar a redução natural da velocidade dos veículos — que frequentemente trafegam em alta velocidade pelo trecho retilíneo que antecede curvas sinuosas.
A intervenção, cujo investimento deve ser de R$ 1,4 milhão, também visa organizar o fluxo de veículos na descida da Serra, além de melhorar o acesso ao lado norte do bairro Rincão Gaúcho e às indústrias da região.
A obra foi prometida pelo Dnit ainda no segundo semestre de 2024 e deveria ser iniciada logo após a conclusão do acesso ao bairro Rincão Gaúcho. Em um primeiro momento, chegou a avançar com serviços de topografia e demarcação de terreno executados pela empresa Neovia Engenharia. Estacas ainda podem ser vistas no local, indicando os caminhos que seriam abertos para a nova estrutura.
Contudo, os trabalhos foram suspensos em meados de novembro de 2024. O Dnit confirmou que a paralisação ocorreu por falta de verbas. O recurso que havia sido reservado para a execução da obra foi realocado para frentes emergenciais em outros trechos da BR-116, especialmente após a catástrofe climática que atingiu o Estado em maio daquele ano.
O Dnit foi procurado, nesta terça-feira (22), mas ainda não retornou o contato para dizer quando pretende retomar a obra na altura da Incopel.