Vida extraterrestre? Cientistas fazem descoberta inédita em planeta alienígena; entenda o que isso significa

Em um planeta alienígena, pode haver vida? É o que sugere a descoberta de seis cientistas, publicada nesta quinta-feira (17), na revista científica The Astrophysical Journal Letters.

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Gases foram encontrados no exoplaneta K2-18b  | abc+



Gases foram encontrados no exoplaneta K2-18b

Foto: Hubble, M. Kornmesser/ESA

Os gases sulfeto de dimetila (DMS) e o dissulfeto de dimetila (DMDS) foram descobertos pelo Telescópio Espacial James Webb, da Nasa, no exoplaneta K2-18b, que fica a 124 anos-luz da Terra. Isso pode ser visto como um indício de vida no local, já que as moléculas significam uma possível bioassinatura — um indicativo de que um agente biológico, como fungos e vírus, viveu ali, seja no passado ou no presente.

Os cientistas explicam que as moléculas são “unicamente produzidas pela vida na Terra”, principalmente pela fauna e flora marinha, e são vistas “como bioassinaturas promissoras em exoplanetas habitáveis”.

Além disso, o K2-18b é um dos cerca de 60 exoplanetas hiceanos que estão em uma “zona habitável” dos mais de 5.500 descobertos até então, conforme o Centro de Pesquisa de Origens de Winsconsin (Wicor), da Universidade de Winsconsin, nos Estados Unidos.

Eles são “exoplanetas com oceanos de água líquida e atmosferas com hidrogênio”, hipoteticamente, explicam os investigadores da WiCOR, o que os torna candidatos importantes para o encontro de possíveis habitantes. Afinal, “como a Terra, a vida em planetas fora do sistema solar provavelmente precisa de água líquida”.

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Então, isso significa que certamente há vida no planeta?

Na verdade, encontrar os gases não é necessariamente uma comprovação de que existe vida no K2-18b. Isso por algumas questões abióticas explicadas pelos cientistas. Ou seja, fatores ambientais poderiam estar levando ao aparecimento do DMS e DMDS.

Dentre elas, está a possível produção deles pela mistura de gases contendo CH4 e H2S, demonstrada por alguns experimentos. Entretanto, tanto o DMS quanto o DMDS são altamente reativos e têm uma vida curta nesses estudos, o que mostra ser improvável que eles sejam encontrados na atmosfera do exoplaneta no nível da concentração observada agora.

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Outra explicação para o encontro dos gases no exoplaneta pode ser por um cometa, como demonstrado em um estudo recente com o cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko, onde foi descoberto a presença do DMS. Porém, os pesquisadores afirmam que simplesmente não é plausível que um cometa iria deixar traços moleculares na atmosfera de um planeta, que é muito maior.

Além disso, moléculas como DMS e DMDS seriam aquecidas pelo choque por conta da hipervelocidade do impacto do cometa, entre outros processos que acontecem assim que a rocha se choca no planeta. “Assim, eles não seriam entregues em nenhum nível significantemente calculável por esse processo”, afirmam os cientistas.

O estudo afirma que mais observações são necessárias para entender mais sobre as descobertas e gases encontrados no K2-18b. Até lá, o questionamento continua: Há ou não vida fora da Terra?

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