“Vivemos bons anos juntos”, diz Givaldo Barbosa, parceiro de Ivan Kley no título de duplas do ATP de Madri

A morte aos 66 anos de Ivan Kley, nesta quinta-feira (3), pegou todos de surpresa. O ex-tenista, que fez história na década de 1980, foi vítima de tromboembolismo pulmonar, na cidade de Itajaí, em Santa Catarina.

No auge de sua carreia, competiu em diversos lugares do mundo, na categoria simples e em duplas. E um dos grandes parceiros que teve foi o baiano Givaldo Barbosa, com quem conquistou um título ATP em Madri, na Espanha, em 1985.

Givaldo Barbosa e Ivan Kley conquistaram o título de duplas do ATP de Madri em 1985 | abc+



Givaldo Barbosa e Ivan Kley conquistaram o título de duplas do ATP de Madri em 1985

Foto: Reprodução/Instagram

Em contato com o Grupo Sinos, Barbosa lamentou a morte do ex-companheiro e relembrou os momentos em que dividiram o mesmo lado da quadra.

“Vivemos bons anos juntos, jogando dupla, viu. Viajamos pela Europa. Foi muito divertido. Estou bem triste, bem chateado com isso. Mas tem gente que diz ‘vida longa e morte súbita’. Pelo menos sabemos que ele não sofreu, não ficou acamado ou doente, como acontece com algumas pessoas. Porém, não deu tempo de se despedir. Mas é triste porque era tão novo, nem 70 anos tinha”, lamenta Givaldo.

Hoje morador de São Paulo, o ex-tenista, que foi número 82 do mundo em simples e 32 em duplas, comentou sobre o título na Espanha, mas destacou outro momento da dupla. “Ganhamos na Espanha, mas Madri foi até de menos. O mais importante foi ter chegado à final do torneio dos campeões nos Estados Unidos. Era uma competição maior, só com duplas campeãs. Chegamos lá e, na decisão, perdemos para a dupla número 1 do mundo. Foi histórico para a gente. Pena que só os vencedores levaram troféu. Nós recebemos um ramalhete e ficou por isso mesmo. Não pudemos colocar nada na estante. Hoje não temos o que mostrar”, lembra.

“Jogador raçudo”

Kley era conhecido pela sua raça, disposição e superação nas quadras, características lembradas por Barbosa. “Ele era daquele tipo de jogador que se atirava na quadra para ganhar o ponto. Era duro ganhar do Ivan. Cada partida durava, no mínimo, 3 horas. Ele não dava ponto de graça. Tinha que estar muito bem preparado fisicamente porque seria um jogo longo”, conta.

Kley e Barbosa disputaram diversos campeonatos juntos, do mesmo lado da quadra, mas também foram adversários em alguns momentos. Barbosa lembra de uma vitória sobre Kley em Porto Alegre, com um motivo inusitado.

“Íamos jogar as quartas de final de um Campeonato Gaúcho adulto, e o Ivan olhou o jornal e viu o horário errado da partida. Eu cheguei na quadra na hora certa e ele não. Ganhei por WO (quando o adversário não comparece). Mas nem por isso perdemos a amizade.”

Bons momentos fora das quadras

A dupla Ivan Kley e Givaldo Barbosa não durou muitos anos, mas foi intensa e divertida. Teve um momento na Europa que o Ivan falou que queria levar a Janice na viagem, mas que era caro. Eu disse: ‘para com isso, manda ela vir. Você pode a qualquer hora não acordar. Podemos estar no quarto e você morrer, e ela não veio’. Depois disso, ela foi. Viajamos por vários países. Foram momentos com passagens engraçadas. E ele, depois, dizia: ‘Trazer a Janice para a Europa foi a melhor coisa que fiz’”, finaliza Barbosa, que também foi campeão brasileiro em 1978 e 1989.

 

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