A venda da pasta de dente Total Clean Mint da Colgate foi suspensa pela Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta semana, após consumidores relatarem lesões e sensações dolorosas na boca, dentre outros sintomas, após o uso. E isso estaria relacionado a um componente específico: o fluoreto de estanho.
Foto: Divulgação
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A pasta de dente foi retirada do mercado após uma avaliação de risco da Anvisa, tendo em vista um “número significativo de efeitos indesejáveis” associados ao produto após a fórmula dele ter mudado. Dentre os sintomas relatados estão lesões bucais, aftas dolorosas e sensação de ardência.
“Estes sintomas têm impactado significativamente a qualidade de vida dos consumidores, resultando, em alguns casos, em custos médicos, afastamento do trabalho, dificuldades para se alimentar e se comunicar, e sofrimento emocional”, afirma a Anvisa.
A interdição é temporária, durando por até 90 dias, e serve para proteger a saúde da população enquanto o caso é investigado. Até que a segurança do produto seja comprovada, ele não deve ser consumido ou comercializado.
Para saber se pode usar a pasta caso já tenha comprado, deve olhar na embalagem a composição dos ingredientes e procurar por “fluoreto estanoso”. Se encontrar, o recomendado é não usá-la.
O que é o fluoreto de estanho?
O fluoreto de estanho é um composto químico que combina os íons do flúor com o elemento estanho e é usado nos cuidados bucais por ter “propriedades antimicrobianas e de remineralizar o esmalte dentário”, segundo a Colgate.
A empresa afirma que ele é usado para ajudar a prevenir cáries, bactérias e micróbios que podem prejudicar os dentes e a gengiva, além de auxiliar na diminuição da hipersensibilidade.
Apesar da Anvisa deixar claro que os consumidores não devem usar a pasta de dente Total Clean Mint da marca caso contenham fluoreto estanoso na composição, não há como definir que foi o componente químico que causou os sintomas antes que a investigação da agência termine. Inclusive, a Colgate não é a única marca que utiliza o composto como ingrediente.
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Quanto aos sintomas relatados pelos consumidores, a reportagem do ABCMais não encontrou artigos científicos que relacionassem o fluoreto de estanho à eles. Dois efeitos colaterais muito documentados são a possibilidade do aparecimento de manchas nos dentes e reações alérgicas.
Até o fechamento desta matéria, a empresa ainda não emitiu um comunicado oficial e, procurada pela reportagem, não atendeu. O espaço segue aberto para manifestações.
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O que fazer se tiver a pasta em casa?
O recomendado pela Anvisa é não usar o produto até que as investigações sejam concluídas. Se quiser verificar se ele faz parte da interdição, basta olhar a composição do produto na embalagem da pasta de dente como informado acima.
Outra forma de descobrir se comprou a pasta é ver a caixa de papelão do creme dental. Com ela em mãos, “procure no rótulo o número do processo, na Anvisa, que é 25351.159395/2024-82”, afirma a agência.
Se tiver passado por eventos indesejados relacionados ao uso da pasta de dente, deve comunicar a Anvisa pelos Canais de Notificação. Eles são:
Cidadãos: Limesurvey (clique aqui) ou e-Notivisa.
Profissionais de saúde, de vigilância sanitária e empresas: Notivisa (clique aqui).
Fontes: Anvisa; Colgate; Science Direct; PubMed.