Nasa diz que levaria primeira mulher à Lua, mas volta atrás. Veja!

A Nasa recuou na promessa de enviar a primeira mulher à Lua.

A Nasa surpreendeu o mundo ao remover de seu site a promessa de levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua na missão Artemis III. Sendo assim, tal recuo ocorre em meio a diretrizes do governo de Donald Trump para eliminar práticas de diversidade, equidade e inclusão das agências federais dos Estados Unidos. 

Embora a mudança seja apenas documental e não tenha, até o momento, impactado a composição da tripulação da missão Artemis II, a decisão levanta questões sobre o futuro da exploração lunar e a representatividade na agência espacial.

Portanto, neste conteúdo, entenderemos o contexto do recuo da Nasa em relação a levar a primeira mulher à Lua, bem como exploraremos as explicações para essa postura. Além disso, iremos listar algumas reações a tal medida e também discutir como esse recuo pode afetar a imagem do órgão dos EUA. Finalmente, refletiremos se ele pode repensar a mesma.

Entenda o contexto de recuo da Nasa em relação a levar a primeira mulher à Lua

Quando a Nasa anunciou seu retorno à Lua por meio do programa Artemis, a promessa de diversidade foi um de seus principais pilares. Em outras palavras, a agência planejava corrigir um histórico no qual apenas homens brancos haviam pisado no satélite natural.

Isso se deve ao fato de que durante o período das missões Apollo, entre 1969 e 1972, 12 astronautas caminharam na superfície lunar. No entanto, nenhuma mulher ou pessoa negra teve essa oportunidade.

Desse modo, o programa Artemis recebeu esse nome em referência a Ártemis, deusa grega da caça e irmã gêmea de Apolo, que foi a inspiração do nome das missões que levaram os primeiros humanos à Lua. 

Nesse sentido, o objetivo inicial da missão Artemis III era corrigir a falta de diversidade nas missões tripuladas. Apesar disso, o governo de Donald Trump impôs mudanças nas diretrizes de comunicação das agências federais, incluindo a Nasa, resultando na remoção dessas metas do site oficial.

Entretanto, mesmo com essa alteração, os planos para a tripulação da missão Artemis II, que levará astronautas a uma órbita distante da Lua antes de retornar à Terra, permanecem inalterados. Logo, o grupo anunciado pela Nasa no ano de 2023 inclui:

  • Victor Glover: piloto e primeiro homem negro em uma missão lunar;
  • Christina Koch: especialista de missão e primeira mulher a participar dessa jornada;
  • Reid Wiseman: comandante da missão;
  • Jeremy Hansen: astronauta da Agência Espacial Canadense.

Por fim, vale ressaltar que a missão Artemis III, que finalmente levará astronautas de volta à superfície lunar, está prevista para 2027. Mas, por outro lado, as pessoas que irão compor sua tripulação ainda não foram confirmadas.

Explicações para esse recuo por parte da Nasa

Como dissemos acima, a decisão de remover a promessa de diversidade do site da Nasa segue as diretrizes do governo Trump. Em tal sentido, ele determinou o fim de programas voltados à equidade e inclusão em diversas agências federais. 

Desse modo, a medida reflete um movimento mais amplo dentro do governo dos Estados Unidos, que buscou reduzir iniciativas com foco na diversidade em várias esferas da administração pública.

O porta-voz da Nasa, Allard Beutel, explicou por e-mail ao jornal britânico The Guardian que a agência está atualizando sua linguagem conforme a nova administração. Segundo ele, a mudança não significa um abandono total dos princípios de inclusão, mas sim uma adaptação às novas diretrizes governamentais.

Beutel afirmou que a Nasa aguarda mais informações sobre os planos do governo para a exploração espacial e que continua comprometida em expandir as missões para a Lua e Marte. 

No entanto, os críticos temem que a retirada do compromisso público com a diversidade possa indicar futuras restrições em oportunidades para grupos que são historicamente marginalizados.

É importante expor algumas Medidas similares que foram adotadas por outros órgãos governamentais, como por exemplo:

  • O Serviço de Receita Federal (IRS), que revisou políticas de diversidade em contratações;
  • Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), que reduziram iniciativas voltadas a minorias;
  • As Forças Armadas dos EUA, que seguiram uma ordem presidencial para impedir o ingresso de pessoas transgênero no serviço militar, uma medida que foi bloqueada temporariamente por um juiz federal.

Embora a Nasa ainda não tenha anunciado, oficialmente, mudanças concretas na tripulação das missões Artemis, a remoção dessas diretrizes do site levanta preocupações  sobre o compromisso da agência com a diversidade e inclusão no setor aeroespacial.

Reações a esse recuo da Nasa

A decisão da Nasa gerou reações da imprensa internacional, que considera a mudança um retrocesso nos avanços conquistados nos últimos anos. O jornal The Guardian ressaltou que a diversidade na exploração espacial se tornou uma prioridade na última década. Além disso, disse que a retirada desse compromisso da comunicação oficial pode indicar uma mudança de postura por parte da agência.

Em contrapartida, vale citar que a criação do programa Artemis, assim como o plano inicial de levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua, ocorreu durante o primeiro mandato de Donald Trump. 

Na época, apresentou-se a iniciativa como um marco na busca por maior representatividade no setor aeroespacial. Entretanto, agora, sob sua nova administração, diretrizes voltadas à diversidade estão sendo desconsideradas. Tal contexto gera preocupações tanto entre os especialistas quanto entre os defensores da inclusão.

Recentemente, a Nasa está trabalhando para mudar sua imagem e se afastar da reputação de ser uma agência dominada por homens brancos mais velhos. Ou seja, viu-se a inclusão de astronautas como Victor Glover e Christina Koch como um avanço.

Eles são o primeiro homem negro a integrar uma missão de longa duração na Estação Espacial Internacional e a recordista de maior permanência feminina no espaço, respectivamente. Contudo, a decisão de remover a menção à diversidade das missões Artemis levanta dúvidas sobre o futuro da inclusão na exploração espacial.

Tivemos diversas reações à mudança de postura da Nasa na mídia de todo mundo e também na sociedade.
Tivemos diversas reações à mudança de postura da Nasa na mídia de todo mundo e também na sociedade. | Foto: DALL-E 3

Como esse recuo pode afetar a imagem da Nasa?

A remoção das promessas de diversidade pode impactar negativamente a imagem da Nasa. Isso se deve quando pensamos que estamos em um momento em que instituições científicas buscam ampliar a representatividade em suas equipes. 

Em outras palavras, o compromisso com a equidade de gênero e racial fazia parte da estratégia de modernização da agência e também de seu apelo junto a um público mais amplo. Nesse grupo, estão incluídos jovens e grupos historicamente marginalizados na exploração espacial.

Logo, essa decisão pode gerar diversas consequências, tais como:

  • Repercussão negativa na opinião pública, especialmente entre aqueles que apoiavam a inclusão de mulheres e minorias em missões espaciais. A medida pode ser interpretada como um retrocesso, afastando apoiadores da diversidade na ciência e tecnologia;
  • Diminuição do interesse de novos talentos, já que a diversidade na equipe pode ser um fator motivacional para futuros cientistas, engenheiros e astronautas. Jovens de diferentes origens podem sentir que as oportunidades dentro da Nasa não são mais tão acessíveis;
  • Possível impacto no financiamento, caso grupos políticos ou empresas privadas que valorizam a diversidade decidam redirecionar investimentos para iniciativas que mantêm esse compromisso.

Então, a Nasa tem um longo histórico de avanços tecnológicos e científicos, mas também enfrentou críticas ao longo das décadas por sua falta de inclusão. Ou seja, essa mudança pode reforçar a percepção de que a agência ainda tem desafios a superar nesse aspecto, prejudicando sua imagem no cenário global.

A Nasa pode repensar esse recuo?

Apesar da remoção da promessa de diversidade do site oficial, a Nasa ainda pode reconsiderar essa decisão no futuro. Sendo assim, a agência está sujeita a mudanças políticas e administrativas. Dessa maneira futuras eleições nos EUA podem trazer novas diretrizes para programas espaciais, incluindo o fortalecimento de políticas de inclusão e equidade.

Nesse sentido, alguns fatores podem influenciar uma revisão dessa decisão:

  • Pressão pública e midiática, caso a reação negativa à mudança seja forte o suficiente para motivar uma reavaliação. A Nasa tem uma forte presença na mídia e no imaginário popular, o que pode levá-la a reconsiderar suas estratégias de comunicação;
  • Mudanças na administração do governo dos Estados Unidos, que podem trazer novas políticas para a inclusão em agências federais. Caso um novo governo adote uma postura mais favorável à diversidade, a Nasa poderá restabelecer seus compromissos públicos com a equidade racial e de gênero;
  • Apoio de parceiros internacionais, como a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA), que podem reforçar a importância da diversidade na exploração espacial. Muitas dessas instituições já adotam políticas ativas de inclusão e podem incentivar a Nasa a seguir o mesmo caminho.

Ainda que a Nasa não tenha alterado oficialmente a composição da tripulação da missão Artemis III, a exclusão da promessa de diversidade do site oficial gera incertezas sobre o futuro do programa. Resta saber se a agência manterá seu compromisso de representar a humanidade de forma mais ampla nas missões lunares e futuras explorações de Marte.

Em suma, o futuro da exploração espacial depende de decisões como essa, e a sociedade acompanha de perto os próximos passos da Nasa. Mas, vale ficar de olho para saber os próximos momentos desse contexto.

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