É possível que os seres humanos se tornem intolerantes à carne? Apesar de não ser tão comum como outras intolerâncias ou alergias alimentares, sim. E isso tudo por conta de um animal minúsculo.
LEIA TAMBÉM: Alerta: Vírus perigoso para bebês e idosos tem maior circulação no outono; veja como proteger a sua família

Foto: Serge Lessard/Pexels
A intolerância à carne não é como a de lactose. Na verdade, ela é uma alergia alimentar a uma molécula de carboidrato chamada de galactose–1,3-galactose (alfa-gal), de onde vem o nome da síndrome, encontrada principalmente na carne de animais mamíferos que é popularmente chamada de vermelha, explica a Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia (Aaaai).
Ao contrário de outras alergias, uma pessoa pode desenvolver a síndrome de alfa-gal após picadas do carrapato Lone Star (Amblyomma americanum), pela saliva do animal depois de ter se alimentado de sangue de mamíferos que não são primatas, conforme a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
Estes animais são extremamente comuns nos Estados Unidos, onde cerca de 450 mil pessoas eram suspeitas de viver com a síndrome até 2023, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). Já no Brasil, os casos são mais raros e apenas dois pacientes documentados em artigos foram encontrados pela reportagem do ABCMais.
CONFIRA: Cuidado! Cometer estes erros na hora de limpar o travesseiro pode aumentar ácaros e piorar alergias
Os sintomas
Os sintomas de alfa-gal são parecidos com os de uma reação alérgica comum e podem aparecer de 3 a 6 horas após a ingestão da carne de animais mamíferos. São eles:
Urticárias e coceiras na pele;
Inchaço nos lábios, rosto e pálpebras;
Dificuldade para respirar, tosse e chiado no peito;
Dor abdominal, náusea, diarreia ou vômito.
Em casos mais severos, pode causar a anafilaxia. Ela começa de forma súbita e evolui rapidamente, podendo causar até a morte. A reação pode afetar várias partes do corpo ao mesmo tempo, incluindo: pele, aparelho respiratório, digestivo e até cardiovascular, segundo a Asbai.
SE INSCREVA NA NEWSLETTER DO ABCMAIS
Diagnóstico
O diagnóstico deste tipo de alergia pode ser um pouco mais complicado do que de outras reações, já que os sintomas podem demorar para aparecer após comer a carne. A melhor forma de saber é procurar um alergista, já que somente um profissional da saúde especializado poderá ajudar.
Vivendo com alfa-gal
Após o diagnóstico, a melhor forma de manter a saúde é evitar o que causa a alergia. No caso, quem vive com a síndrome de alfa-gal não deve comer carne vermelha e, dependendo da gravidade da alergia, também é recomendado deixar de consumir produtos derivados de animais mamíferos. Caso tenha consumido sem querer, o recomendado é que a pessoa procure uma emergência médica.
As informações veiculadas nesta matéria são apenas para fins de educação. Em caso de sintomas, ou de dúvidas, um profissional de saúde deve ser consultado.