O empresário e colecionador Claudinei Senhoreti, que comprou carros raros em uma antiga concessionária Volkswagen no interior do Rio Grande do Sul, admite que está revendo os planos para o futuro do acervo. O projeto de levar os três Fuscas, a Quantum e o SP2 para os Estados Unidos pode mudar.
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Os carros foram comprados no início de fevereiro em Estrela, no Vale do Taquari, onde fica a antiga concessionária Comercial Gaúcha. Dois Fuscas Itamar, de cor prata, estavam em uma sala com a porta soldada. Havia outro Fusca (de edição limitada) e uma Quantum sem uso, até com plástico nos bancos. Eles sequer foram emplacados.
Também fazem parte do lote outro Fusca e um SP2 que eram usados pelo antigo proprietário da concessionária. Tanto o Fusca branco quanto o SP2 têm baixíssima quilometragem e estão em perfeito estado.
Após o “resgate”, os carros foram levados para um pavilhão da empresa Flueltech, na zona norte de Porto Alegre, onde já foram expostos ao público por duas vezes, atraindo centenas de apaixonados. Os carros continuam no estado em que foram comprados. Até a poeira é original. A ideia era embarcá-los para os Estados Unidos entre março e abril.
Foto: Igor Müller/GES-Especial
No entanto, Senhoreti diz que vem sendo cobrado por amigos e até mesmo desconhecidos para deixar os carros no Brasil. “Levá-los para os Estados Unidos estava sólido e inegociável. Não tenho intenção de vender [os carros]. Eles farão parte do meu novo empreendimento. Mas agora o futuro deles está me tirando o sono. Recebo muita mensagem para deixar os carros no Brasil, em uma grande exposição”, admite.
O empresário se diz surpreso com a repercussão da compra dos últimos carros da antiga Comercial Gaúcha. Somente o vídeo da primeira reportagem do ABCmais tem mais de 6 milhões de visualizações. “É impressionante a paixão e a emoção que as pessoas têm por essa história. É muito comovente. Talvez vou fazer um debate público [para definir o futuro dos seis carros]”, cogita Senhoreti.
“A história do sr. Otmar [dono da Comercial Gaúcha, falecido em 2022] é brilhante. Cuidou desses carros por décadas com muito amor e carinho. Deve ser uma história única no mundo e, claro, tem que ser preservada e lembrada em qualquer parte do mundo”, completa.
Foto: Igor Müller/GES-Especial
Um negócio de milhões
Perguntado pelo Grupo Sinos sobre quanto investiu na coleção, ele opta pelo sigilo. Diz que a negociação demorou cinco meses e que não foi nada fácil. “Isso [o valor] é muito relativo. Comprei uma história, comprei emoção, e não apenas carros. Tive o prazer de conhecer a loja, um cenário incrível. Cortar aquela porta soldada e ver os dois Fuscas Itamar zero-quilômetro foi emocionante. Isso não tem preço. É memória, sentimento”, defende, admitindo que o negócio passou de R$ 1 milhão.