Dormir bem é essencial para a saúde geral, mas você sabia que a qualidade do sono influencia diretamente o funcionamento do intestino? Uma pesquisa do King’s College, no Reino Unido, revelou que dormir em horários irregulares pode provocar um desequilíbrio na microbiota intestinal. Até mesmo variações nos horários de sono entre dias úteis e folgas, conhecidas como “jet lag social”, impactam negativamente os microrganismos do trato digestivo.
Segundo a médica Janine Cuevas, especialista em gastroenterologia, “um bom sono ajuda a restaurar as células intestinais, equilibrar a microbiota e fortalecer o sistema imunológico”. Em contrapartida, noites mal dormidas elevam o risco de doenças intestinais, metabólicas (como obesidade e diabetes tipo 2) e prejudicam a absorção de nutrientes.
Disbiose intestinal e noites mal dormidas
Quando o sono é inadequado, há uma redução na diversidade das bactérias benéficas presentes no intestino, o que prejudica o trânsito intestinal e pode causar sintomas como desconforto abdominal e distensão, devido ao acúmulo de gases, e constipação.
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Segundo Cuevas, a disbiose intestinal, um desequilíbrio da microbiota, ocorre quando há uma alteração na flora bacteriana habitual, com aumento de microrganismos prejudiciais. “Essa condição pode aumentar a inflamação intestinal e agravar doenças como a Síndrome do Intestino Irritável”. Além disso, a médica destaca que a má qualidade do sono também pode elevar o risco de doenças imunológicas, como colite ulcerativa e doença de Crohn.
Como melhorar o sono e manter a saúde intestinal
A médica recomenda algumas estratégias para otimizar o sono e equilibrar a saúde do intestino:
- Estabelecer uma rotina de sono: dormir e acordar no mesmo horário diariamente ajuda a regular o ritmo circadiano.
- Ter uma alimentação equilibrada: consuma alimentos ricos em fibras e prebóticos para nutrir a microbiota intestinal.
- Praticar atividade física regularmente: o exercício físico melhora a função intestinal e reduz o estresse.
- Reduzir o estresse: o estresse crônico compromete tanto o sono quanto a saúde digestiva.
Realizar consultas periódicas: o acompanhamento médico é essencial para prevenir e tratar possíveis alterações intestinais.
A importância da alimentação para o sono e o intestino
A alimentação também desempenha um papel fundamental na regulação do sono. “Uma dieta rica em nutrientes e vitaminas, com baixo consumo de alimentos processados, contribui para a produção de hormônios como melatonina e serotonina, essenciais para o sono reparador”, destaca Cuevas.
Além disso, o horário das refeições é determinante. “O ideal é jantar de duas a quatro horas antes de dormir, permitindo uma boa digestão e evitando desconfortos gastrointestinais que possam atrapalhar o sono”, acrescenta a especialista.
